A assertividade é um recurso para se comunicar de forma eficiente e respeitosa consigo mesmo e com o interlocutor. Muitas investigações mostram a existência de uma correlação positiva entre comportamento assertivo e autoestima elevada e indicam, por sua vez, que pessoas que se comunicam de forma assertiva tendem a estabelecer relações interpessoais mais harmoniosas e saudáveis. Portanto, podemos afirmar que a assertividade tem consequências positivas na qualidade de vida das pessoas, a partir de que:
– Expressam o que sentem (seja positivo ou negativo), o que querem (e o que não querem) e o que pensam de forma clara, respeitosa e precisa, tendo em conta o momento e o contexto adequados.
– Assumem o que sentem e a responsabilidade que implica a manutenção das relações interpessoais.
– Sentem-se à vontade para falar o que quiserem sem prejudicar os outros. Por exemplo, podem dizer "não" a um pedido ou discordar da opinião alheia sem violar os direitos do interlocutor ou ferir sua sensibilidade.
– Evitam comportamentos manipuladores e agressivos
– Fazem uso inteligente das emoções. Eles são capazes de identificá-las e expressá-las de maneira adequada, ou seja, sem ansiedade ou agressividade.
No final de cada ano, o Google divulga as tendências globais de pesquisa. Em 2022 a pergunta em inglês: Can I change? – ou em português: Posso mudar? – foi escrito mais do que nunca. Algumas das muitas perguntas feitas no buscador sobre a possibilidade de mudança foram subjetivas: Posso mudar minha vida? Como posso mudar meu ponto de vista? Posso mudar minha personalidade? Posso mudar a mim mesmo? Como posso ser melhor?, entre outras. Essas e outras perguntas feitas sobre como modificar certos aspectos pessoais mostram a intenção de querer melhorar em diferentes áreas da vida. Uma maneira possível de embarcar no caminho do desenvolvimento pessoal é o treinamento em conduta e comunicação assertiva.
Como não existe um manual de instruções que nos permita aprender a aplicar a assertividade de forma mecânica, visto que as situações possíveis são múltiplas e é impossível abarcá-las todas, vamos primeiro descrever algumas questões fundamentais e gerais e depois daremos alguns exemplos.
Para exercer a assertividade é preciso levar em consideração aspectos verbais e não verbais como:
– Estabelecer contato visual e manter o olhar o tempo suficiente para estabelecer um bom contato faz com que o interlocutor se sinta valorizado e ouvido. Ao contrário, evitar o olhar pode dar desconfiança e gerar sentimento de insegurança.
– Gerenciar um tom de voz ideal. Falar muito alto pode expressar agressividade e falar muito baixo, insegurança.
– Sincronizar a linguagem corporal com o que está sendo dito verbalmente denota honestidade e franqueza no que se está dizendo. Já o descompasso entre o conteúdo da mensagem e as expressões faciais e corporais torna a mensagem ambígua, o que pode gerar desconfiança.
– Limite o uso de floreios, silêncios prolongados, esclarecimentos desnecessários e redundantes.
– Em vez de insinuar, seja claro e preciso com o que deseja expressar.
– Preparar o diálogo nos casos em que é possível antecipar a conversa.
Como mencionamos anteriormente, a assertividade é uma competência fundamental para a comunicação e o estabelecimento de boas relações sociais. Para os especialistas no assunto, não é uma característica intrínseca da personalidade de cada pessoa, ou seja, uma capacidade que se tem ou não, mas sim uma habilidade social que se aprende, podendo ser treinada, desenvolvida e aprimorada com a prática consciente. Abaixo veremos algumas frases -que podem ocorrer no dia a dia- e exemplificar os diferentes estilos de comunicação:
Comunicação não assertiva
“Você me deixa bravo, você nunca me ouve ou presta atenção em mim!”
“Você sempre reclama de tudo!”
“Você está cometendo um erro, está fazendo tudo errado!”
Comunicação assertiva
“Se você não me olha quando estou falando com você, passa a sensação de que você não está prestando atenção em mim e isso me incomoda”
“Eu entendo que tem coisas que você não gosta, o que podemos fazer para mudá-las?”
“Eu entendo o que você está dizendo, embora eu não pense o mesmo. Do meu ponto de vista, acho que…”
Como se vê, a principal diferença entre a comunicação assertiva e a não assertiva, é que na primeira assume-se a responsabilidade pelo que se sente e identifica-se claramente o que incomoda, sem culpar o outro. Para isso, é essencial ser capaz de descrever o comportamento ou evento específico (sem incluir as avaliações) e depois descrever e expressar nossos pensamentos e sentimentos associados. Além disso, na comunicação assertiva, saímos da reclamação para buscar soluções e alternativas operacionais. Por fim, o efeito imediato de uma comunicação não assertiva é provavelmente uma discussão agressiva, enquanto o resultado de uma comunicação assertiva é a resolução do conflito de maneira efetiva, respeitosa e gentil.
Artigo de: Agustina Repetto. Graduada em Psicologia, pela Universidade Nacional de Mar del Plata. Atualmente é pós-graduanda em Sexualidade Humana: sexologia clínica e educacional a partir da Perspectiva de Gênero e Direitos Humanos.
Referencia autoral (APA): Repetto, A.. (Fevereiro 2023). Conceito de Comunicação Assertiva (Assertividade). Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/comunicacao-assertiva/. São Paulo, Brasil.
