Conceito de Teoria do Agendamento

Os meios de comunicação, conhecidos como o quarto poder, exercem uma evidente influência sobre o conjunto da sociedade. Grande parte das conversas que mantemos diariamente está relacionada com a informação que nos chega através da televisão, do rádio e da imprensa. Sobre este assunto, há um quadro teórico geral que pode nos ajudar a compreender melhor o papel dos meios de comunicação: a teoria do agendamento ou agenda setting.

Seus criadores e contexto histórico

Em 1972, Maxwell McCombs e Donald L Shaw lançaram a ideia de estabelecer a agenda midiática em seu livro “The evolution of Agenda Setting”.

Naquela época, as notícias do mundo concentravam três temas como prioridade: os terroristas palestinos assassinaram 11 atletas israelenses durante a celebração dos Jogos Olímpicos de 1972; a Guerra do Vietnã se encontrava em sua fase final e o Presidente Nixon estava envolvido no escândalo de Watergate.

Anteriormente, os autores desta teoria analisaram a campanha presidencial de 1968 nos Estados Unidos e descobriram que as preocupações políticas e sociais dos norte-americanos estavam diretamente associadas às informações dos grandes meios de comunicação.

Nas observações empíricas realizadas no âmbito desta teoria, ficou demonstrado que os problemas que eram considerados importantes ao conjunto da sociedade coincidiam plenamente com as notícias propagadas pelos meios de comunicação.

Para os meios de comunicação, os assuntos relevantes acabam criando uma agenda pública e outra política.

O princípio geral desta teoria é bem simples: as notícias que são propagadas na mídia condicionam as opiniões dos cidadãos. Assim, os meios de comunicação não impõe o que temos de pensar sobre algum assunto, mas de certa forma nos “obriga” a pensar em tudo o que está sendo divulgado pela agenda midiática. A partir desta ideia inicial foi apresentada uma série de avaliações gerais:

1) nossos esquemas mentais são um reflexo direto dos meios de comunicação e nem sempre correspondem ao que aconteceu na realidade;

2) grande parte do que é importante e do que é secundário em nossas vidas não vem de nós mesmos, mas da agenda da midiática;

3) o processo de comunicação pelo qual uma notícia é transmitida, também conhecido framing, não só determina o que pensamos em determinado momento, mas também a nossa atitude vital em geral.

Observando as conclusões

Em primeiro lugar, toda a informação que não está integrada na agenda da mídia se torna algo inexistente. Em segundo lugar, as preocupações das pessoas são o efeito das prioridades da agenda midiática (os meios de comunicação não contam o que interessa às pessoas, mas as pessoas acabam se interessando pelo que a mídia diz).

Para alguns analistas de comunicação, a teoria de McCombs e Shaw deixou de ser válida

O papel dos meios de com na década de 1970 e agora mudou radicalmente.

Na atualidade, os analistas consideram que os meios de comunicação primeiramente fixam o que as pessoas dizem nas redes sociais e a partir dos dados obtidos elaboram uma agenda midiática.

Técnica de censura e manipulação impulsionada pelo dinheiro e o poder

Paralelamente, nos dias atuais, determinadas corporações de mídia regidas por seus próprios interesses buscam instalar na sociedade os assuntos que beneficiam os grupos políticos e econômicos ligados ao meio.

Promovem campanhas de difamação, omitem manifestações de protestos nas ruas ou manipulam o impacto de determinado acontecimento, maximizando ou minimizando-o. Inclusive, existem notícias que mentem deliberadamente baseadas em rumores inventados, ou artigos publicados com o objetivo de dar credibilidade a um testemunho carente de argumentos.

Imagens Fotolia: nosyrevy, purefeel

Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (nov., 2018). Conceito de Teoria do Agendamento. Em https://conceitos.com/teoria-do-agendamento/. São Paulo, Brasil.

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