A psicologia social é o ramo da psicologia que se concentra no estudo científico do comportamento humano em situações sociais e como os indivíduos interagem e influenciam uns aos outros nesses contextos. Investiga temas como conformidade, obediência, influência social, preconceito, discriminação, identidade social, papéis sociais, grupos e interação social, relações interpessoais, processos cognitivos e emocionais que afetam o comportamento social, persuasão, diversidade e muitas outras questões relacionadas à vida social de pessoas.
A psicologia social usa diferentes métodos de investigação, como observação, experimentação, pesquisa e análise de caso, para entender os fenômenos sociais e como os indivíduos percebem, interpretam e respondem a eles.
Existe uma grande variedade de experimentos e pesquisas relevantes no campo da Psicologia Social, alguns dos quais foram altamente influentes na compreensão do comportamento humano em situações sociais. Entre os mais destacados estão:
● Experimento de Milgram: Realizado em 1961 por Stanley Milgram, que explorou a disposição das pessoas de obedecer à autoridade, mesmo que suas ordens significassem causar dor aos outros. Os participantes foram instruídos a aplicar choques elétricos cada vez maiores em um ‘trainee’ (que na verdade era um ator) cada vez que o ‘trainee’ errasse algo. O resultado foi surpreendente: a maioria dos participantes seguiu as ordens da autoridade até o final do experimento, mesmo quando acreditava estar causando dor extrema.
● Teoria da Identidade Social: Esta teoria, proposta na década de 1970 por Henri Tajfel e John Turner, argumenta que as pessoas tendem a classificar a si mesmas e aos outros em grupos sociais. Essa classificação simples tem efeitos importantes nos processos de percepção social devido à tendência humana de superestimar as diferenças entre as diferentes categorias e de subestimar as diferenças dentro de uma mesma categoria.
● Experimento de Conformidade de Asch: Foi realizado em 1951 por Solomon Asch, que explorou os fenômenos de pressão social e conformidade. Ele investigou como a pressão do grupo influencia um indivíduo a ajustar sua opinião de acordo com o grupo, mesmo quando a opinião é incorreta. No experimento, os participantes tinham que comparar o comprimento de uma linha com três outras linhas e escolher qual dessas três linhas de comparação era igual à linha de teste. Os resultados mostraram que a maioria dos participantes combinou sua resposta com a resposta errada dada pelo grupo, indicando a influência da pressão social na conformidade individual.
● Estudo da Prisão de Stanford: Este estudo, conduzido em 1971 por Philip Zimbardo, examinou os efeitos psicológicos da dramatização em um ambiente simulado de prisão. Os participantes foram designados aleatoriamente para serem prisioneiros ou guardas, e o estudo foi interrompido após apenas seis dias devido à crueldade e abuso que ocorreram pelos guardas em relação aos prisioneiros.
● Teoria da Dissonância Cognitiva: Esta teoria, proposta por Leon Festinger em 1957, afirma que quando uma pessoa tem duas crenças ou atitudes conflitantes, ela experimenta dissonância cognitiva, que pode levar à busca de informações ou modificação de crenças para reduzir a dissonância. A teoria tem sido usada para entender a persuasão e a mudança de atitude.
● Teoria do Atributo: Sustenta que as pessoas tendem a fazer inferências sobre a personalidade e as características dos outros com base em seu comportamento, o que às vezes pode levar a atribuições imprecisas. Um exemplo seria se alguém observasse um colega de trabalho se atrasando várias vezes para uma reunião, poderia inferir que a pessoa é irresponsável ou pouco comprometida com seu trabalho.
● Teoria da autopercepção: A teoria da autopercepção sustenta que as pessoas inferem nossas atitudes e sentimentos internos a partir de nossas ações. A pesquisa nessa área explorou como nossas atitudes podem ser moldadas por nossas ações, como podemos ser influenciados por nossas suposições sobre nossas motivações internas e como a autopercepção pode afetar nossa autoestima. Um estudo clássico neste campo é o experimento de Bem em 1967, que mostrou que os participantes que concluíram uma tarefa chata e depois foram pagos para mentir e dizer que a tarefa era divertida relataram depois terem gostado mais da tarefa do que os participantes que não receberam a mesma recompensa.
Imagem: Fotolia. nuvolanevicata
Artigo de: Agustina Repetto. Graduada em Psicologia, pela Universidade Nacional de Mar del Plata. Atualmente é pós-graduanda em Sexualidade Humana: sexologia clínica e educacional a partir da Perspectiva de Gênero e Direitos Humanos.
Referencia autoral (APA): Repetto, A.. (Agosto 2023). Conceito de Psicologia Social. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/psicologia-social/. São Paulo, Brasil.
