Em maio de 1981, na Espanha, ocorreu um envenenamento massivo que causou a morte a 700 pessoas e ocasionou graves sequelas físicas em mais de 20.000 espanhóis. A origem desta intoxicação foi um óleo de uso industrial utilizado de maneira fraudulenta para o consumo humano.
Com o passar do tempo, os pesquisadores chegaram à conclusão de que este óleo industrial também tinha quantidades significativas de um tipo de pesticida especialmente tóxico.
Na terminologia médica, esta patologia é conhecida como Síndrome do óleo tóxico, mas na linguagem popular é mais conhecida como a tragédia do óleo de colza.
Na fase inicial da doença, os primeiros sintomas identificados foram os seguintes: pneumonia atípica, câimbras, hipertensão pulmonar e dores musculares. Numa fase mais avançada, manifestaram-se graves problemas hepáticos, alterações dermatológicas, neuropatias e afecções nos órgãos internos. Como consequência desta sintomatologia, milhares de pessoas ficaram incapacitadas.
Do campo da medicina, o Instituto de Saúde Carlos III foi a instituição que liderou a investigação das doenças derivadas do óleo contaminado. A síndrome ocorreu apenas na Espanha e felizmente esta patologia não se apresentou em outros países.
O primeiro caso de morte afetou um menino madrilenho de 13 anos. Inicialmente a origem da doença era desconhecida, diziam que era uma pneumonia estranha e que os casos de morte estavam relacionados à radiação nuclear. Mais ou menos um ano depois a origem da tragédia começou a ser conhecida. Logicamente, quando a notícia foi lançada nos meios de comunicação provocou um grande alarme social.
A maioria das vítimas e dos afetados pertencia às classes populares, que compravam óleo de colza por preço baixo nos diversos mercados ambulantes.
As pessoas afetadas que conseguiram sobreviver sofreram e sofrem todo tipo de sequela física e psicológica.
Quando os responsáveis pelo envenenamento foram julgados em 1987 receberam sentenças leves, mas posteriormente o Tribunal Supremo impôs elevadas multas e ordenou a prisão dos maiores responsáveis.
As vítimas do óleo de colza tiveram que esperar 21 anos para receber uma indenização financeira. Tudo isso só teve uma parte positiva, uma vez que serviu para aumentar o controle de alimentos e os protocolos sanitários.
Imagem Fotolia. Runlenarun
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (out., 2018). Conceito de Síndrome do Óleo Tóxico. Em https://conceitos.com/sindrome-oleo-toxico/. São Paulo, Brasil.