O movimento antivacinas foi uma corrente de pensamento que surgiu em 1998, após a publicação de um artigo na prestigiosa revista médica The Lancet, sobre a relação entre a aplicação da vacina tripla ou trivalente viral e o desenvolvimento do autismo.
Após a publicação dos resultados da pesquisa, realizada pelo Dr. Andrew Wakefield com crianças autistas, muitos pais deixaram de vacinar seus filhos para protegê-los desta doença. Ao deixar de receber a vacina trivalente viral houve um surto no número de sarampo, caxumba e rubéola. Depois de toda a controvérsia criada, em 2004, a revista declarou que não deveria ter publicado este artigo e seu autor foi submetido a uma série de ações judiciais na Inglaterra, sendo proibido de exercer a medicina em seu país de forma permanente.
Embora o movimento de 1998 tivesse um grande impacto na aceitação das vacinas por parte dos pais, esta não é a única reação social frente às imunizações.
A primeira vacina desenvolvida contra a varíola também teve grande rejeição desde a sua introdução em meados do século XIX, o que levou à criação de uma Sociedade Antivacinação em países como os Estados Unidos. A rejeição por esta primeira vacina teve influência desde as razões sociais até as crenças religiosas, onde se inoculava líquido das ampolas das pessoas que sofriam de varíola, assim como em uma pequena ferida efetuada no braço da pessoa a ser vacinada.
A diminuição do número de casos de varíola após a introdução desta medida fez com que esta vacina fosse de aplicação obrigatória. Graças a esta medida, nos dias de hoje, esta doença é vista apenas na cátedra de história da medicina, pois fez com que a varíola fosse erradicada do planeta.
Mais tarde, na década de setenta, estes movimentos se reativaram e lançaram a vacina tripla para proteger contra a difteria, tétano e coqueluche. Após isso seguem as reações frente à trivalente viral.
As vacinas são uma forma de estimular o sistema imunológico a produzir anticorpos. Estes anticorpos são mantidos no organismo durante um longo período, permitindo voltar a entrar em contato com os germes contra os quais são dirigidos. Ocorre uma rápida neutralização, evitando sua replicação e consequentemente o desenvolvimento da doença.
A vacinação de grandes massas populacionais tem sido fundamental para erradicar doenças, como foi o caso da varíola. Este é o destino que se espera com a poliomielite em breve, uma doença que não vem apresentando novos casos nos países ocidentais. Órgãos como a Organização Mundial de Saúde indicam que a vacinação ajuda a prevenir uma média de três milhões de mortes ao ano em doenças como sarampo, tétano e difteria.
As vacinas são de vários tipos. Algumas são compostas por microrganismos que produzem doenças vivas de forma atenuada. Este é o caso das vacinas contra sarampo, rubéola e pólio oral. Essas vacinas não podem ser usadas em pessoas com alteração no funcionamento do sistema imunológico, uma vez não possuindo defesas, estes germes facilmente colonizariam o organismo ocasionando uma infecção.
A maioria das vacinas contém fragmentos dos germes contra os quais estão dirigidos. Trata-se de porções de microrganismos que são capazes de estimular o sistema de defesa. Assim, estas vacinas podem ser aplicadas em qualquer pessoa.
Embora as vacinas sejam benéficas é possível que após seu uso ocorram algumas reações. Este tem sido o principal argumento usado pelos membros do movimento antivacinas. Estas reações podem ser leves como um quebranto, um mal-estar ou cansaço, mas é possível que após a vacinação ocorram complicações mais graves, como as infecções. Como sempre, deve-se calcular a relação entre os riscos e os benefícios da vacinação e da não vacinação.
Imagem: Fotolia. Xendim
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (dez., 2017). Conceito de Movimento Antivacinas. Em https://conceitos.com/movimento-antivacinas/. São Paulo, Brasil.