Todos os seres humanos já discutiram alguma vez sobre a ideia da morte. Para os egípcios antigos a morte física não era definitiva, mas sim o primeiro passo de uma viagem que poderia levar à vida eterna. O que sabemos sobre a visão da morte está registrado no conhecido “Livro dos Mortos”, um documento que se encontra atualmente no Museu Britânico de Londres.
Foram encontrados milhares de exemplares deste documento, sendo o “Papiro de Ani” o mais conservado.
Este livro descreve o que acontece com a alma humana após a morte. Contém todas as provas que devem ser superadas antes de chegar à sala que será realizado o juízo final, da qual pesa o coração dos homens. Neste sentido, alguns egiptólogos acreditam que no conteúdo deste livro estão as chaves para a vida após a morte.
Quando alguém falecia seus órgãos internos eram guardados em recipientes, as canupias. O resto do corpo era modificado em um complexo procedimento de embalsamamento. Junto à múmia depositada no sarcófago, os egípcios colocavam um “manual de instruções”, conhecido como o Livro dos Mortos (seu título original é diferente e geralmente traduzido como “O Livro de Sair para a Luz” ou “Saída para a Luz do Dia”).
Neste documento aparece todo o procedimento relacionado à viagem da alma humana após a morte.
1) uma análise detalhada sobre o processo de mumificação (extração dos órgãos internos do corpo exceto o coração; o cadáver é coberto de sal para que esta substância possa absorver a umidade do corpo; o corpo é coberto com óleo vegetal e animal; dentro do corpo são introduzidas resinas de coníferas e unguentos que evitam a decomposição e após este processo é realizada a vendagem de linho definitivo do corpo);
2) uma vez realizada a mumificação como ponto de partida, os egípcios antigos acreditavam que a alma se encontrava no corpo vazio da múmia;
3) para que a alma do defunto pudesse ver e falar no juízo final, a múmia tinha um orifício na boca e nos olhos;
4) o espírito do defunto se encontra com o Deus Anubis no além e este é encarregado de abrir a boca do falecido para que se defenda diante dos deuses no juízo final;
5) na sala de julgamento, um jurado dos deuses formula perguntas sobre o comportamento passado do falecido;
6) se as respostas estão corretas, o deus Osíris determina a sentença final;
7) se a avaliação de Osíris fosse positiva, o espírito do indivíduo viveria eternamente nos campos de Aaru, equivalente ao Paraíso.
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (abr., 2018). Conceito de Livro dos Mortos. Em https://conceitos.com/livro-mortos/. São Paulo, Brasil.