O argumento ad hominem, literalmente “contra a pessoa”, é uma das falácias mais comuns e consiste em desqualificar o interlocutor com algum ataque pessoal e não atendendo às suas reflexões. Em outros termos, busca desmerecer um argumento através da desqualificação pessoal do indivíduo que o sustenta. A dimensão enganosa do ataque ad hominem é evidente: no lugar de focar a crítica em relação à tese defendida pelo interlocutor, opta-se pelo ataque individual.
Com a intenção de defender certos ideais é bem comum as pessoas trocarem posições e pontos de vista como se fosse uma competição dialética. Como regra geral, todos nós queremos estar certos e para isso usamos alguma estratégia para desmantelar os argumentos do nosso oponente.
Há argumentos que têm uma estrutura válida, como os dedutivos (um raciocínio é dedutivo quando a conclusão depende da validade das premissas) ou os indutivos (no raciocínio indutivo a verdade das premissas permite que a verdade da conclusão tenha certo grau de probabilidade). No entanto, há formas de refletir que têm uma dimensão enganosa e são conhecidas como argumentos fraudulentos ou falácias.
Em um debate parlamentar, dois deputados polemizam sobre o problema do desemprego. O deputado X argumenta que o desemprego poderia ser solucionado ao apostar num emprego público e o deputado Y afirma que tal posição não pode ser defendida pelo deputado X porque seus filhos estão desempregados e, portanto, sua análise sobre o desemprego não tem fundamento. Este ataque à pessoa constitui uma falácia porque a situação familiar de alguém não impede que suas ideias sejam válidas.
Por outro lado, distingue-se que este tipo de ataque pessoal também desqualifica a pessoa que o utiliza para argumentar seu ponto de vista.
Além do argumento ad hominem, há outros que se fundamentam em alguma inconsistência lógica, como a falácia ad ignorantiam. Com esta argumentação, pretende-se chegar a uma conclusão que não pode ser negada ou refutada. Assim, há pessoas que afirmam que Deus existe porque não é possível provar que não existe.
Há também pessoas que recorrem a esta abordagem argumentativa fraudulenta para demonstrar a tese oposta, ou seja, que Deus não existe porque não é possível provar sua existência.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jan., 2019). Conceito de Argumento Ad Hominem. Em https://conceitos.com/argumento-ad-hominem/. São Paulo, Brasil.