Desde o século XIX a Grã-Bretanha e a França tinham interesses comerciais na China, fato que provocou as Guerras do Ópio ou Guerra Anglo-Chinesa. No início do século XX, a China e o Japão se confrontaram militarmente e os chineses saíram derrotados. Por outro lado, a dinastia Manchu que governava o país gerou um profundo mal-estar popular.
Após a Revolução Russa de 1917, a ideologia comunista enraizou entre os intelectuais o campesinato chinês. Todos estes aspectos estiveram presentes no desenvolvimento da Revolução Chinesa.
Em 1911, a dinastia Qing deixou o poder depois de uma revolta do exército. Nos anos seguintes foram vividos períodos turbulentos em todo o país, inclusive houve uma tentativa de restabelecer uma nova dinastia imperial. Neste contexto, surgiu o Partido Nacionalista Chinês ou Kuomintang liderado por Yuan Shikai e posteriormente por Chiang Kai-shek.
O objetivo desta formação era pacificar definitivamente o país, desde então vários caudilhos militares (os chamados senhores da guerra) ocuparam grande parte do território chinês. Em 1927, teve início uma guerra civil interna entre os nacionalistas de Chiang Kai-shek e os comunistas liderados por Mao Tse Tung.
Ao longo destes anos os comunistas ganharam a simpatia popular, pois ao ocupar militarmente um novo território dividiu a terra entre os camponeses.
Por outro lado, os comunistas foram fundamentais na vitória militar contra os japoneses. Um dos episódios mais ilustres da Revolução Chinesa foi a chamada “Longa Marcha”, na qual o exército comunista teve que se deslocar por mais de 12.000 km para fugir da tropas nacionalistas. Este episódio é considerado chave para a criação do mito de Mao como o grande líder da China.
Em outubro de 1949, as tropas comunistas de Mao entraram em Pequim e um longo período de conflito militar chegou ao fim.
Como consequência disso, fundou-se a República Popular da China, baseada na ideologia comunista e desde então o país é governado pelo Partido Comunista Chinês. O líder dos nacionalistas, Chiang Kai-shek, foi exilado para a ilha de Taiwan estabelecendo uma ditadura militar que se manteve no poder até 1991.
O regime comunista chinês e a figura de Mao inspiraram outros movimentos revolucionários em todo o mundo. Do ponto de vista de outras avaliações ideológicas, o modelo chinês é considerado uma ditadura totalitária e sangrenta.
Na atualidade existem dois modelos aparentemente opostos na China: um governo liderado pelo Partido Comunista chinês e uma política econômica de tipo capitalista.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jul., 2017). Conceito de Revolução Chinesa (1911 – 1949). Em https://conceitos.com/revolucao-chinesa/. São Paulo, Brasil.