O termo informação refere-se, por um lado, à ação de dar forma a algo (in-formar), ou, por outro lado, em seu uso mais comum, o ato de comunicar um conhecimento ou dados sobre determinado fato, cuja noção tem sido tratada por disciplinas muito diversas, desde as Ciências Exatas – por exemplo, Ciências Biológicas, Física ou Ciência da Computação -, até Ciências Sociais e Humanas. Isso se deve à relevância que a ideia de informação assumiu para a vida social contemporânea, na medida em que atravessa múltiplas dimensões dela. No uso corrente, a noção de informação refere-se a notícias divulgadas pela imprensa e outros meios de comunicação.
Do ponto de vista de uma definição subjetiva da informação, ela é caracterizada de acordo com seu papel dentro do processo de comunicação entre diferentes atores. Nesse contexto, entende-se por informação aquele dado ou conhecimento considerado relevante por determinado destinatário, modificando assim seu estado de ignorância ou incerteza a respeito de certo assunto. Tal concepção de informação limita-se a uma conceituação de comunicação entre atores humanos. Isso é chamado de subjetivo porque estuda a informação como um fenômeno social —parte do processo pelo qual as pessoas se relacionam com seus ambientes— para o qual estão envolvidos fatores de natureza subjetiva, como crenças, valores, usos da linguagem, entre outros.
A partir da abordagem subjetiva, a informação é interpretada de diferentes maneiras. Por exemplo, foi pensada como um evento que constitui uma etapa específica do processo de comunicação entre um emissor e um receptor, vinculado à recepção de uma mensagem. Também foi interpretada como qualquer signo capaz de modificar a estrutura do estado atual de conhecimento sobre o mundo do receptor.
A partir da abordagem do raciocínio lógico, a informação é considerada uma realidade objetiva que, por meio de um sistema simbólico, pode ser capturada, armazenada e comunicada por entidades capazes de processar tal sistema, não necessariamente humanas. O fenômeno da informação, do ponto de vista objetivo, não é considerado um fato social, mas uma propriedade básica do próprio universo.
O termo latino informatio, cujo significado pode ser traduzido como “formar a matéria”, teve uma importância fundamental no contexto da filosofia clássica e medieval. A obra aristotélica já fazia referência à ideia de informar imprimindo uma forma sobre o material, identificando o primeiro com a alma e, portanto, com o mais elevado. A ontologia aristotélica é posteriormente reinterpretada no contexto cristão medieval por Tomás de Aquino. O filósofo distingue entre informatio e creatio, na medida em que o Deus cristão, na criação, não informa a matéria —ao contrário do demiurgo platônico—, mas a cria do nada.
A partir da modernidade, o conceito de informação foi pensado do ponto de vista da comunicação entre os sujeitos. Após a Segunda Guerra Mundial, com o surgimento das Ciências da Informação, as teorias da informação ganharam cada vez mais peso na esfera social. Atualmente, as sociedades contemporâneas são descritas como sociedades da informação, baseadas nas profundas mudanças trazidas pelas novas tecnologias digitais.
A informação se estabeleceu como a base das sociedades atuais, na medida em que o controle dos dados populacionais —sob fenômenos como o Big Data— implica, hoje, o exercício de um poder considerável sobre os milhões de indivíduos que fazem parte. Assim, por sua vez, o acesso à informação tornou-se um direito humano, entendido tanto como o direito ao conhecimento da informação pública sobre as ações dos governos, quanto o direito de acesso à informação veiculada pela mídia.
Artigo de: Lilén Gomez. Professora de Filosofia, com desempenho em ensino e pesquisa em áreas da Filosofia Contemporânea.
Referencia autoral (APA): Gomez, L.. (Setembro 2022). Conceito de Informação. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/informacao/. São Paulo, Brasil.