A conexão pessoal entre duas pessoas é algo bastante comum. Podem coincidir com o outro em hobbies ou interesses comuns, assim como na maneira de pensar ou no modo de entender a vida. No entanto, a profunda afinidade espiritual entre dois indivíduos é algo excepcional e pouco comum. Quando isso acontece, falamos de duas almas gêmeas.
Esta afinidade não é uma questão que pode ser explicada de forma objetiva e precisa, pois se trata de um sentimento compartilhado tão misterioso como o próprio amor.
O rótulo de alma gêmea é empregado normalmente para indicar que um homem e uma mulher se mantêm unidos e compenetrados como se fosse uma alma só. Entende-se que entre ambos há uma atração e um desejo. No entanto, existe algo mais, como se entre eles não fosse necessário palavras, como já se conhecessem antes de relacionar-se.
A sincronia entre as almas gêmeas se apresenta como um mistério que não pode ser explicado com critérios convencionais. Em certas ocasiões, costuma-se dizer que as duas almas estavam predestinadas e quando se encontraram, reconheceram-se mutuamente.
O amor apaixonado tem uma série de ingredientes, como o desejo intenso, o desenfreio e uma dose de loucura. No entanto, quando falamos deste nível de relação, estamos diante de uma relação amorosa de outra dimensão. Trata-se de um amor prazeroso, mas não destrutivo, é falar com o ser amado como se estivesse conversando consigo mesmo, é desejar o mesmo que o outro.
O livro “Carta a D” do filósofo austríaco André Gorz é uma longa carta de amor na qual o autor se dirige a sua esposa Dorine após descobrir a grave doença degenerativa que ela padece. O livro conta a história do amor real de um casal ao longo de sessenta anos de união. Segundo o próprio autor, ambos estavam unidos por um vínculo invisível.
No final da carta, o autor lembra que ele e sua esposa haviam expressado o desejo de estarem juntos novamente se tivessem uma segunda vida. Os cadáveres de André e Dorine foram encontrados juntos em 22 de setembro de 2007.
A literatura tentou explicar o amor e a conexão das almas gêmeas com histórias, como as de Romeu e Julieta. No entanto, o conhecimento do cérebro pode fornecer informações relevantes sobre este assunto. Na verdade, existe um hormônio associado ao amor, a oxitocina. Na glândula pituitária do nosso cérebro a oxitocina se produz e a partir daí se dirige para a corrente sanguínea que percorre todo o organismo.
Os neurocientistas acreditam que os profundos laços afetivos associados ao amor dependem basicamente da intervenção desse hormônio.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (mar., 2018). Conceito de Alma Gêmea. Em https://conceitos.com/alma-gemea/. São Paulo, Brasil.