O organismo está formado por várias estruturas, cada uma com uma função específica. Estas estruturas ou unidades funcionais são chamadas de órgãos, estes que intervêm nos processos similares ou que em conjunto cumprem determinada função, formando um aparelho ou sistema.
Alguns órgãos cumprem funções críticas para o organismo, sendo que sua ausência não é compatível com a vida. São conhecidos como órgãos vitais e incluem o cérebro, o coração, os pulmões, o fígado, o pâncreas e os rins.
Embora cumpram funções importantes existem outros órgãos não são tão imprescindíveis e que podem ser retirados do organismo, fazendo com que a pessoa possa seguir vivendo. Este é o caso do estômago, dos intestinos, do baço, da bexiga e dos órgãos sensoriais.
É o centro de comando do corpo, responsável por controlar todas e cada uma das funções que ocorrem no corpo.
O cérebro recebe informações de dentro e de fora do corpo, proveniente de uma complexa rede de receptores e estruturas, como os órgãos sensoriais. Esta informação chega a centros específicos por onde é processada, dando origem a sinais que controlam, regulam e permitem a execução de vários processos que ocorrem tanto de forma voluntária e consciente como de forma inconsciente e autônoma (como a respiração, os batimentos cardíacos, a temperatura corporal, a secreção de hormônios, os movimentos intestinais, entre outros).
O cérebro lesiona principalmente por falhas em seu suprimento de sangue, o que se deve aos chamados acidentes vasculares cerebrais (AVC), que se apresentam quando ocorre a ruptura de um vaso sanguíneo do cérebro originando uma hemorragia ou então quando uma artéria se obstrui ocasionando a isquemia.
Estas condições fazem com que uma parte do cérebro morra, o que leva ao surgimento de um déficit, sendo que algumas áreas podem deixar de funcionar sem que isso comprometa a vida do paciente, o que ocorre nos casos de hemiplegia, onde a área afetada é responsável pelo controle motor do corpo originando a paralisia. No entanto, quando áreas críticas como a parte superior do tronco cerebral são danificadas, os centros nervosos que regulam funções como a respiração também são afetados, levando a uma parada respiratória e, portanto, a morte do indivíduo.
Possui uma estrutura muscular que dá origem a quatro cavidades comunicadas entre si e aos vasos sanguíneos principais através de um sistema de válvulas, o que lhe permite desempenhar a função de bombear o sangue através do sistema circulatório, formado por dois sistemas: um de maior circulação e outro de menor circulação.
A circulação maior envolve as cavidades esquerdas do coração, que recebem sangue oxigenado proveniente dos pulmões para impulsioná-lo a todos os órgãos e sistemas através da artéria aorta. As cavidades direitas, por outro lado, estão envolvidas com a circulação menor, a que recebe o sangue pouco oxigenado proveniente de todos os tecidos através das veias cavas e que as envia aos pulmões para sua oxigenação.
Esta função de bomba é um processo crítico para o organismo, por isso é impossível que a vida continue quando ocorra uma condição cardíaca grave. Na verdade, há uma condição conhecida como morte súbita, que se deve à presença de uma falha elétrica do coração que faz com que ele pare, o que compromete o fornecimento de oxigênio aos tecidos fazendo com que estes morram.
Alguns distúrbios como tumores, traumatismos ou doenças infecciosas graves podem levar à necessidade de remover um pulmão, mesmo assim é possível viver com o outro e com boa qualidade de vida, entretanto não é possível viver sem os dois pulmões.
Algumas condições crônicas que afetam a função dos pulmões, como a bronquite crônica ou EBPOC, atingem em grandes proporções a qualidade de vida do paciente. Estes pacientes são limitados em sua capacidade de mobilização e até mesmo de falar, uma vez que qualquer atividade lhes causa cansaço e dificuldade para respirar. Este tipo de condição é irreversível e só pode ser tratado de forma definitiva através de medidas como o transplante pulmonar.
O fígado é suscetível aos tóxicos ambientais, aos vários microrganismos (principalmente vírus), aos medicamentos, álcool e excesso de gorduras e açúcares nos alimentos. Estes fatores causam alterações na composição das células do fígado, conhecidas como hepatócitos, o que faz com que acumulem gordura dando origem ao fígado gordo, que progride ao longo do tempo com a fibrose e início da cirrose hepática, condição em que a função hepática se encontra comprometida e é a principal causa de insuficiência hepática.
O dano no fígado é uma condição que afeta gravemente a qualidade de vida, uma vez que não é possível viver sem este órgão, o que leva a necessidade de realizar uma cirurgia de transplante como único tratamento para manter a vida do paciente.
Cumpre funções chamadas exócrinas relacionadas à produção de enzimas que são liberadas ao intestino para permitir a digestão de alimentos, principalmente os açúcares e as gorduras, além isso, o pâncreas produz e libera ao sangue um dos hormônios mais importantes do corpo: a insulina.
A falha na produção de insulina pode ser de dois tipos, ambos levam ao desenvolvimento da diabetes. Algumas pessoas desenvolvem resistência à ação da insulina, o que faz com que o pâncreas produza níveis muito elevados desse hormônio para manter os níveis de açúcar no sangue dentro dos limites normais.
Quando a produção de insulina não é suficiente, desenvolve-se a diabete tipo II que, se não tratada, leva ao surgimento de inúmeras complicações que eventualmente levam o paciente à morte. Há outro tipo de diabete, conhecido como diabete tipo I, da qual as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina são destruídas por um mecanismo imunológico, fazendo com que não se produza insulina, situação incompatível com a vida e que obriga esses pacientes a receber insulina exógena de forma permanente, ao menos que recebam um transplante de pâncreas.
Os rins também produzem um importante hormônio conhecido como eritropoietina, que tem a função de estimular a medula óssea para produzir os glóbulos vermelhos.
Os rins são muito suscetíveis ao aumento da pressão arterial, por isso a hipertensão é o principal fator associado ao desenvolvimento de danos nos rins; outro transtorno importante que acelera esse dano é a diabete.
A falha renal é conhecida como insuficiência renal, esta condição em suas fases avançadas é incompatível com a vida, assim, os pacientes cujos rins deixam de funcionar devem ser submetidos a um tratamento conhecido como diálise, na qual o paciente se conecta a uma máquina que filtra seu sangue. Este tratamento é feito três vezes por semana, com três horas cada sessão e, uma vez iniciado, a única forma de suspendê-lo é receber um transplante de rim procedente de um doador cadavérico ou de membro familiar compatível.
Imagem: Fotolia. Dmitry
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (dez., 2017). Conceito de Órgãos Vitais. Em https://conceitos.com/orgaos-vitais/. São Paulo, Brasil.