Nossas inclinações pessoais, gostos e desejos são expressos através da opinião. Assim, a principal característica de qualquer opinião é sua subjetividade. Neste sentido, deve-se destacar que o subjetivo depende do critério de cada indivíduo. Em compensação, o objetivo é tudo aquilo que se distancia das avaliações pessoais e, portanto, podem ser expressas com rigor e precisão.
No dia a dia, emitimos certos julgamentos que são meras opiniões, enquanto outros não são. Quando digo que gosta da cor azul, que sou torcedor de tal time ou que gosto mais de carne mais do que peixe, significa que estou emitindo minha visão pessoal sobre algo. Pelo contrário, tanto as verdades da matemática como as leis da natureza não são questões opináveis, mas estão sujeitas a certos princípios e leis incontestáveis, por exemplo, quando faço um cálculo matemático ou quando vou às compras, o processo mental não tem nada a ver com minha subjetividade.
Filósofos como Parmênides e Platão já distinguiram entre opinião e o verdadeiro conhecimento. Tanto um como o outro são formas de conhecer a realidade. A doxa ou opinião se trata de uma categoria primária da compreensão humana que através dela podemos expressar nossos sentimos sobre algo (dizemos que gostamos da primavera e que nos desagradam os dias chuvosos). A episteme é o verdadeiro conhecimento da realidade da qual nos expressamos através de critérios não pessoais.
Para uma criança que tem um pensamento mágico, a bola se move porque quer se esconder de outros brinquedos, mas de acordo com o pensamento racional o movimento da bola depende da massa, da velocidade, da fricção ou da inércia, questões mensuráveis que são consideradas como verdadeiras.
Um jornalista que escreve sobre certos acontecimentos deve contar sobre o que, quando, como e por que ocorreu. Sua abordagem sobre a notícia deve se aproximar da verdade dos fatos. Mas se o jornalista escreve um artigo de opinião, suas palavras não devem respeitar nenhum critério objetivo.
Se eu gosto de azul e meu amigo gosta de amarelo, ambas as opiniões tem a mesma validez e não é justo afirmar que uma avaliação é melhor que outra. Entretanto, há opiniões sobre certos assuntos que não parecem muito respeitáveis, por exemplo, a defesa da escravidão ou a justificativa da violência são dois exemplos concretos de opiniões que têm uma validez muito discutível.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (mar., 2017). Conceito de Opinião. Em https://conceitos.com/opiniao/. São Paulo, Brasil.