Costuma-se dizer que uma pessoa mantém uma posição neutra sobre algo ou alguém quando sua avaliação é objetiva e imparcial. Se uma pessoa precisa dar sua opinião sobre algum assunto, sua abordagem apresenta três opções possíveis: expressar seu critério favorável e de aprovação, manifestar sua rejeição parcial ou total sobre o assunto em questão e, por último, pronunciar-se de maneira neutra. Neste último caso, sua posição é desinteressada, nem a favor nem contra.
De maneira habitual nos deparamos diante de fatos que gostamos ou não e a partir daí emitimos uma sentença ou outra.
No entanto, certas profissões levam implícita a necessidade de manter um critério neutro. Quando um juiz avalia os fatos, o único critério que deve considerar para emitir um parecer jurídico é a lei, pois sua visão pessoal dos fatos não tem fundamento. Neste sentido, o juiz deve renunciar a qualquer tipo de preconceito ou visão subjetiva que possa perturba sua decisão final.
Em uma atividade esportiva, o árbitro também não pode realizar sua tarefa a partir da subjetividade, uma vez que a única referência para avaliar as ações dos atletas deve ser o regulamento esportivo.
No caso de um professor, quando tem que avaliar seus alunos, deve fazer com parâmetros objetivos, rigorosos e imparciais, de modo que sua opinião sobre um aluno não impeça de avaliá-lo corretamente.
Em princípio, pode parece que a posição neutra é a mais razoável. Em alguns casos, não é justo, mas é totalmente necessário. No entanto, por vezes, a neutralidade é contraproducente. Vamos imaginar a seguinte situação: em um país se comete todo tipo de atentado aos direitos humanos.
1) intervir ativamente neste país para evitar abusos ou injustiças;
2) não intervir ao considerar que é preciso manter-se neutro diante de questões internas.
Quando se opta pelo segundo caminho, é bem possível que continuem cometendo todo tipo de injustiça. Este simples exemplo nos serve para lembrar que nem sempre a posição neutra é desejável.
Uma das áreas onde se destaca o problema da neutralidade é a rede. Neste sentido, existem duas posições opostas. Enquanto alguns argumentam que a rede deve ser uma plataforma completamente neutra e sem nenhum tipo de barreiras que dificultem a informação, outros entendem que a neutralidade da rede é uma fonte de conflito e, portanto, é necessário incorporar mecanismos de controle.
Atualmente, há um debate global sobre a possibilidade de introduzir normas legais para regular a neutralidade da rede.
Imagem: Fotolia. Aliaksei Lasevich
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (abr., 2017). Conceito de Neutro. Em https://conceitos.com/neutro/. São Paulo, Brasil.