O mapa político da Europa nos últimos 100 anos foi alterado de maneira substancial. Um claro exemplo disso foi a dissolução do Império Austro-Húngaro em 1919, como uma das consequências da Primeira Guerra Mundial.
Nos anos anteriores à criação do Império, os austríacos haviam sofrido importantes derrotas militares frente aos prussianos, por outro lado, em 1866, os alemães expulsaram a Áustria da Confederação Germânica.
Paralelamente, os húngaros tinham duas motivações de caráter estratégico: promover a marginalização no Reino da Hungria para enfraquecer as minorias étnicas e culturais e assim potencializar sua força militar com o fim de preservar sua soberania.
Ambos os estados decidiram aliar-se criando um Império dual. Compartilhavam o mesmo imperador, mas seguiam mantendo seus respectivos parlamentos e tradições culturais.
A Primeira Guerra Mundial não só gerou morte e destruição, mas também teve consequências de ordem política. A instabilidade do Império Austro-Húngaro controlado pela dinastia Habsburga se aprofundou durante a última fase da Grande Guerra. Neste sentido, o imperador Francisco José I faleceu em 1916 e em 1918 o exército austro-húngaro sofreu importantes derrotas frente às tropas romenas, italianas e servias.
Não podendo continuar com a guerra, os líderes do Império Austro-Húngaro decidiram render-se em novembro de 1918. Esta circunstância acelerou as declarações de independência da Eslováquia e da Sérvia e em poucos meses o imperador Carlos I tomou a decisão de dissolver definitivamente a aliança entre Áustria e Hungria.
– Os territórios integrados ao Império estavam localizados na parte sul oriental europeia. Eram formados por Áustria e Hungria, por outro lado, pelos territórios de outras nações (Polônia, Ucrânia, Itália, Bósnia-Herzegovina, Servia, Croácia, Eslovênia, Eslováquia, Montenegro, República Tcheca e Romênia). No total havia uma extensão de 675.000 quilômetros quadrados, uma superfície ligeiramente maior que a França.
– Linguisticamente, havia duas línguas oficiais (alemão e húngaro) e em suas fronteiras eram falados os seguintes idiomas: polaco, servo-croata, romeno e italiano.
– Do ponto de vista étnico, cultural e religioso havia também uma grande diversidade e esta circunstância foi uma constante ameaça para a estabilidade do Império.
– Ao longo de seus 52 anos de história havia dois monarcas no trono: Francisco José I e Carlos I (este último se manteve no trono durante os últimos três anos e após a dissolução do Império foi forçado a exilar-se na Suíça).
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (out., 2018). Conceito de Império Austro-Húngaro (1867-1919). Em https://conceitos.com/imperio-austro-hungaro-1867-1919/. São Paulo, Brasil.