Nos últimos anos, afirma-se que Ruanda é a “Suíça africana”, pois este país possui índices significativos de crescimento econômico. No entanto, em 1994, a população ruandesa sofreu um episódio trágico: 1.000.000 de tutsis foram assassinados por membros da etnia hutu.
Durante três meses foram executados diariamente 11.000 pessoas e milhares de cadáveres foram lançados em rios e lagos sem deixar vestígio de nenhum deles.
Em 6 de abril de 1994, o avião que estava o presidente ruandês de origem hutu foi derrubado por um míssil. Imediatamente, afirmou-se que os extremistas tutsis foram os responsáveis pelo atentado.
A partir desse momento, as forças armadas do país iniciaram um massacre do grupo étnico tutsi. Dias depois do início do genocídio, a Cruz Vermelha Internacional comunicou que milhares de pessoas estavam sendo executadas.
Apesar de a ONU condenar os crimes, no início não empregou o termo genocídio para qualificar os assassinatos. Com o fim de frear as ações sanguinárias, a ONU enviou tropas de capacetes azuis a Ruanda. No mês de julho a Frente Patriótica Ruandesa assumiu o controle da capital e obrigou o governo hutu a exilar-se no Zaire.
Em 1950, Ruanda era uma colônia belga e apenas a população de origem tutsi tinha acesso à educação. Em 1959, os tutsis assumiram o poder e o povo hutu exigiu direitos iguais. Em 1961, a maioria hutu recuperou o controle da nação e aboliu a monarquia tutsi.
Em 1962, Ruanda conquistou a independência e nos anos seguintes metade da população tutsi fugiu do país como consequência de vários confrontos civis. Assim, os conflitos históricos e as guerras civis entre os dois grupos étnicos foram crescendo até que em 1994 começou o genocídio.
Os líderes que organizaram o genocídio deram ordens precisas: 1.000.000 pessoas da etnia tutsi deveriam ser assassinadas. Em outras palavras, 15% da população haviam sido condenados à morte.
Os tribunais de justiça que julgaram os assassinatos classificaram os responsáveis em quatro categorias criminosas. Na primeira, estavam os organizadores intelectuais do genocídio. Na segunda, os assassinos diretos. Na terceira, estavam os cúmplices e os delatores e no quarto os ladrões que roubaram os mortos.
De qualquer forma, todos consideravam os tutsis como inimigos da nação e por este motivo deveriam ser exterminados.
Diante da situação de violência extrema, milhares de ruandeses tutsis abandonaram o país e se instalaram em campos de refugiados no Burundi, na Tanzânia e na República Democrática do Congo.
Quando as matanças terminaram, foram os hutus que fugiram do país por medo de possíveis represálias.
Imagem: Fotolia. alexhliv
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jun., 2018). Conceito de Genocídio de Ruanda. Em https://conceitos.com/genocidio-ruanda/. São Paulo, Brasil.