A epilepsia é uma doença do sistema nervoso central. Caracteriza-se por uma alteração na atividade cerebral, o que causa o aparecimento de fenômenos involuntários do corpo acompanhados pela afetação do estado de consciência. É importante esclarecer que é a epilepsia não se trata de uma afecção, nem de uma síndrome ou doença, o que afasta a ideia de um possível contágio a outra pessoa que pertence ao seu meio.
Tanto para a pessoa que sofre de epilepsia como para aquelas que convivem com uma, há algumas questões que servem para ajudar a detectar quando a vítima está prestes a produzir um ataque, por isso é importante estar atento a situações como confusão mental repentina ou comportamento infantil, movimentos como mastigar sem ter nada na boca ou abrir e fechar consecutivamente os olhos, além de cansaço, fraqueza, febre, convulsões e impossibilidade de levar uma conversa adiante.
A epilepsia é um transtorno complexo. As pessoas que sofrem desse distúrbio costumam apresentar áreas de seu cérebro em que os neurônios são ativados e mantêm uma atividade elétrica de maneira anormal que não responde aos mecanismos reguladores disponíveis para o sistema nervoso.
Após esta ativação é realizada uma ação associada à função que cumprem estes neurônios. Por exemplo, no caso dos neurônios que regulam os movimentos, quando os mesmo são ativados pelo efeito de uma crise de epilepsia ocorrem movimentos involuntários. Costuma-se dizer que são involuntários porque a pessoa não tem a capacidade naquele momento de iniciar ou impedir tais movimentos.
Esta ativação anormal dos neurônios pode ocorrer por várias causas. Fatores como infecções, traumas, acidentes vasculares cerebrais, hemorragias ou inclusive alterações metabólicas como a hipoglicemia, são fatores que podem desencadear estas crises. Nas crianças são bem conhecidas as convulsões desencadeadas por febre muito alta.
Epilepsia e convulsão não é a mesma coisa. Embora em ambas haja sintomas similares, são entidades diferentes.
A convulsão ocorre a partir de uma ativação anormal e paroxística de uma área do cérebro, no entanto, esta ativação não é exclusiva das áreas motoras. Uma convulsão pode manifestar-se diante de qualquer tipo de atividade: da percepção de um odor, de uma imagem visual, de um som, da perda de consciência sem movimentos, da perda de tônus muscular e a consequente queda ou até mesmo outro tipo de convulsão conhecido como ausência, na qual a pessoa fica simplesmente apática por um período de tempo, mas que logo se recupera e continua fazendo o que estava sem perceber nada.
O que diferencia o aparecimento de uma crise de convulsão da epilepsia, é que na segunda existe uma predisposição permanente ao longo da vida para causar as convulsões e que quase sempre envolvem dois fatos: perda da consciência e manifestações motoras, principalmente com sacudidas bruscas e involuntárias dos músculos. Uma vez que o intestino e a bexiga possuem esfíncteres que mantêm seu conteúdo – e que estas estruturas são músculos – é possível que percam sua função durante as crises fazendo com que a pessoa urine e evacue sem querer ou estar ciente disso. Após uma crise de epilepsia, a pessoa fica muito exausta e cansada e sabe que aconteceu algo com ela.
O médico especialista que trata a epilepsia é o neurologista. A principal estratégia de tratamento frente a esta doença é através do uso de medicamentos, que geralmente devem ser usados por toda a vida. Em alguns casos, para poder controlar adequadamente esse distúrbio são utilizadas combinações de diferentes fármacos.
Existem alguns casos em que o tratamento mais adequado é a cirurgia, estes correspondem a pacientes que não podem controlar a doença adequadamente com medicamentos. Estima-se que isso ocorre em aproximadamente 25% das pessoas com epilepsia. Esta cirurgia consiste em eliminar a área do cérebro da qual origina os focos epiléticos, o que pode curar completamente a doença em um grande número de casos.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (maio., 2019). Conceito de Epilepsia. Em https://conceitos.com/epilepsia/. São Paulo, Brasil.