A ideia de substância teve inúmeras interpretações ao longo da história da filosofia. Provém do vocábulo em latim sustantia, que literalmente significa “o que está abaixo de”. Portanto, trata-se de algo que se encontra abaixo de outra. Isto significa que toda realidade tem algo inalterável e uma série de elementos acidentais que podem variar em algum sentido. Devido a isso, a noção de substância equivale em certas ocasiões à ideia de essência.
De qualquer forma, a ideia de substância faz parte da metafísica como disciplina da filosofia.
Para Aristóteles cada indivíduo é formado por uma substância primeira originária. Estas primeiras substâncias podem ser uma árvore, um homem ou um cachorro. Nenhuma delas tem qualquer disposição ao contrário (existe o contrário do branco, mas não o oposto de uma árvore). Todas as substâncias primeiras se referem a algo único de cada ser e em nada mais.
No entanto, o que se pode dizer de uma substância primeira forma uma substância segunda (por exemplo, em um animal a substância primeira seria o gênero e a substância segunda seria a espécie). Em resumo, pode-se dizer que para Aristóteles a ideia de substância é uma categoria que permite explicar como as coisas são.
Para isso, mantém a mesma visão que Aristóteles sobre a noção de substância, mas entende que há substâncias sem matéria ou forma, que são os anjos e Deus. Portanto, existem substâncias materiais e outras de tipo espiritual; esta distinção é conhecida como substâncias separadas.
Para Descartes, há três tipos de substâncias: a res cogitans ou o ser pensante (a mente ou alma humana), a res extensa ou ser que ocupa espaço (o mundo material) e, por fim, a res divina ou Deus.
Spinoza critica a visão de Descartes e afirma que existe apenas uma substância, que é Deus. Para Spinoza a ideia de Deus equivale, por sua vez, à ideia de Natureza. Neste sentido, Deus é uma substância divina e infinita e é a causa de si mesmo e de toda a realidade.
Hume questiona a validade desta ideia e argumenta que é inválida porque não corresponde a nenhuma impressão particular. Em outras palavras, uma ideia é verdadeira apenas quando se tem uma relação direta com uma impressão objetiva.
Desta maneira, para Hume a noção de substância provém exclusivamente da imaginação e não da realidade.
Imagem: Fotolia. agsandrew
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (maio., 2017). Conceito de Substância (Filosofia). Em https://conceitos.com/substancia-filosofia/. São Paulo, Brasil.