Muitas vezes, no curso de uma doença é possível ocorrer danos irreversíveis nos tecidos, o que leva a uma alteração do grau variável em seu funcionamento. Esta condição é conhecida como sequela.
As sequelas são comuns nos processos de tipo degenerativo, assim como após o desenvolvimento de alguns tipos de doenças infecciosas. Estas condições geralmente apresentam um caráter permanente e podem ser mitigados com um tratamento específico adequado.
Um dos sistemas na qual as sequelas que afetam a uma alta porcentagem da população estão presentes no sistema cardiovascular. Distúrbios como hipertensão arterial, diabetes, obesidade, níveis elevados de colesterol, triglicerídeos no sangue, inclusive hábitos como fumar e o consumo de bebidas alcoólicas constituem as principais causas de doenças cardiovasculares, que podem complicar-se com o aparecimento de eventos catastróficos agudos como infartos cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, que são a principal causa de sequelas na saúde da população.
Estas condições afetam o fornecimento de oxigênio tanto para o coração como para o cérebro, o que leva à morte um importante grupo de células destes órgãos causando falhas em seu posterior funcionamento.
No caso do coração, a morte de parte do tecido pode causar certos distúrbios como a insuficiência cardíaca e as arritmias. Estes transtornos levam ao surgimento de manifestações como a intolerância para realizar qualquer tipo de atividade física. Em alguns casos, mesmo para caminhadas de curta duração, sendo necessário manter uma medicação permanente e assim melhorar a qualidade de vida.
O cérebro, por sua vez, é uma estrutura muito complexa. Dependendo da região afetada pode ocorrer uma série de déficits, como a paralisia ou dificuldade de movimentos, dificuldade para falar, perda de equilíbrio, distúrbios da memória, transtornos de aprendizagem, mudanças de personalidade, convulsões, perda de sensibilidade e até mesmo dores de origem central. As sequelas neurológicas são uma causa importante da deficiência e da incapacidade.
As crianças são um grupo muito vulnerável que contam com três condições específicas: dificuldade no nascimento, doenças infecciosas e acidentes.
Durante o parto podem surgir acontecimentos que provocam algum tipo de sofrimento fetal. Trata-se de uma condição onde a oxigenação do recém-nascido é afetada, o que geralmente resulta na morte de um grande número de neurônios do cérebro. Isto se manifesta como uma série de alterações no desenvolvimento com o passar do tempo.
As doenças infecciosas podem produzir afecções variáveis. No caso das crianças, a infecção da mãe com o vírus da rubéola durante seu desenvolvimento no útero está relacionada à presença de vários tipos de malformações congênitas que podem ser acompanhadas por sequelas, como a surdez. Recentemente, com a epidemia do vírus Zika, vários casos de microcefalia ocorreram após a infecção da mãe durante a gravidez. No caso das crianças, após o nascimento, uma das doenças que apresentou maior número e a gravidade das sequelas foi a meningite. Esta condição ocasionar a surdez e ainda convulsões ou retardo mental em uma proporção das crianças afetadas, daí a importância das medidas preventivas como a vacinação.
Outro transtorno relativamente comum nas crianças são os acidentes, principalmente por descuido e falta de supervisão dos adultos. Isso pode causar sequelas como perda da visão, paralisia e principalmente deformidades.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (fev., 2018). Conceito de Sequela em Saúde. Em https://conceitos.com/sequela-saude/. São Paulo, Brasil.