Uma obra literária em prosa de certa extensão que conta com acontecimentos relativamente fictícios é comumente conhecida como romance. Sua extensão se distingue do conto e o caráter fictício se diferencia de outros gêneros, como o ensaio; por último, sua escrita em prosa se opõe à rima da poesia. Uma característica formal dos romances que permite diferenciá-la de outros gêneros é sua divisão de capítulos mais ou menos independentes, e que dão origem a uma cronologia definida e inseparável.
Existem vários tipos de romances, podendo ser humorísticos, de autobiografia, epistolares, (que narram uma história através de correspondência), de costumes, folhetins, entre outros. Além disso, o romance pode ser classificado em gêneros e subgêneros, como o dramático, o romântico, o policial, de ciência ficção, histórico, de horror. Muitas obras são difíceis de catalogar entre uma categoria ou outra, uma vez que estes limites apenas constituem uma forma de facilitar a classificação com fins bibliotecários ou de armazenamento.
A Idade Média mostra o surgimento dos romances e das novelas de cavalaria. Até então, a maioria dos romances foram preservados pela tradição oral ou graças ao trabalho dos copistas, geralmente sacerdotes, que estavam entre as poucas pessoas que sabiam escrever manualmente. No século XVI, com a criação da imprensa, determinaram-se as bases do romance moderno, da qual seu maior expoente é “Don Quixote de la Mancha”, de Miguel de Cervantes.
Nos séculos seguintes apareceram os romances de aventura, os realistas, sentimentais e de costume. E assim surgiram os grandes escritores de romances como Guy de Maupassant, Gustave Flaubert, Charles Dickens, Fyodor Dostoyevsky, Jules Verne, entre outros. No século XX o romance sofreu com enormes transformações experimentais, evoluindo para novas formas e estilos. Um exemplo claro de romance vanguardista é “Ulisses”, de James Joyce ou “A Metamorfose de Franz Kafka”. Isso, sem dúvida, também ocorreu na América Latina, um dos pilares da evolução do romance moderno no século XX, com o surgimento de romancistas como Gabriel Garcia Marquez, Mario Vargas Llosa, Julio Cortázar, entre outros.
Do mesmo modo, o crescimento da Internet deu lugar à criação de novos recursos para o acesso aos romances, como ocorre como os livros eletrônicos e os formatos de documentos em PDF.
Por outro lado, a globalização tem permitido a chegada ao mundo cultural ocidental de textos produzidos por artistas de outras culturas, incluindo romances em formato tradicional e também gêneros literários das quais a prosa romanesca e a poesia se confundem de um modo que nos parece atípico em geral. Este é caso de muitos romances de autores indianos ou chineses, assim como a crescente difusão da literatura japonesa moderna.
É importante destacar que o barateio dos recursos necessários para a produção de um romance (em termos de imprensa) e a publicação de corrente alternativa em meios não tangíveis tem permitido um aumento na quantidade tanto de escritores como de leitores, uma vez que muitos autores recorrem à divulgação dos seus conteúdos através de portais digitais.
Apesar da existência de meios alternativos de pagamento, tais como doações ou relacionados à publicidade, um dos obstáculos para os escritores modernos de romances é o risco da pirataria informática e sua consequente baixa nos lucros.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (fev., 2017). Conceito de Romance. Em https://conceitos.com/romance/. São Paulo, Brasil.