Na maioria das sociedades, os homens e as mulheres não tiveram os mesmos direitos. Neste sentido, o homem tem sido, e em muitos lugares ainda, que tem uma posição privilegiada na sociedade. Este fenômeno é chamado patriarcado.
Esta realidade tem condicionado os diferentes aspectos da vida (as relações pessoais, a cultura, o reconhecimento dos direitos, as condições de trabalho, os salários e a própria linguagem). Se tomarmos como referência o núcleo familiar, a família patriarcal é a instituição na qual a figura do pai simboliza o poder em uma família.
Durante séculos de civilização, o patriarcado foi justificado a partir de uma série de avaliações:
1) o papel da mulher nas principais religiões monoteístas é de subordinação em relação ao homem sendo esta ideia pregada e propagada até hoje nos templos e igrejas, baseada nos costumes dos antigos povos descrito nas Escrituras Sagradas onde se ensina erroneamente que questionar o patriarcado significa ir contra a vontade de Deus;
2) nas sociedades caçadoras e coletoras da pré-história o homem tinha um papel dominante e esta circunstância condicionou a evolução da divisão do trabalho ao longo da história;
3) a partir de uma perspectiva “científica”, acreditava-se que a mulher era biologicamente determinada, pois seu papel de mãe representava sua principal função como ser humano, deixando o resto em segundo plano.
Quando no século XIX surgiu o movimento feminista reivindicando o reconhecimento dos direitos da mulher (especialmente o direito de voto), as teses tradicionais que justificavam teoricamente o patriarcado começaram a ser questionadas. Neste sentido, a ideia judaico-cristã de que a mulher tem que depender do homem começou a perder força no momento em que a sociedade foi abandonando os valores tradicionais da religião.
Por outro lado, a ideia de que o homem caçador do paleolítico tinha um papel mais importante na sociedade entrava em contradição com novas pesquisas (por exemplo, focou demonstrado que no Paleolítico 60% da comida consumida eram feita pelas mulheres). Finalmente, no século XIX e especialmente no século XX, perdeu-se o peso da ideia de que a maternidade é o elemento definidor da condição feminina.
Embora o patriarcado tenha perdido seu fundamento teórico, atualmente ainda existem tradições culturais em que as mulheres são subordinadas aos homens, ou seja, à vontade do pai, do marido ou a serviço dos seus filhos.
A mentalidade patriarcal ainda está muito presente. Como exemplo, podemos lembrar algumas circunstâncias: o machismo em certos sectores da sociedade, a mutilação genital das mulheres em certos países, as leis discriminatórias contra as mulheres no mundo árabe, a diferença salarial em relação ao homem, a violência de gênero, etc.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jan., 2017). Conceito de Patriarcado. Em https://conceitos.com/patriarcado/. São Paulo, Brasil.