Conceito de Luta #Metoo (#EuTambém)

Nos últimos meses de 2017 foi lançada uma campanha nos Estados Unidos para denunciar os crimes de assédio e abuso sexual sofrido por mulheres do mundo do espetáculo. Como muitos outros fenômenos, isso começou no contexto das redes sociais com um hashtag acompanhado de um título sugestivo, #Metoo (em português, Eu também).

O primeiro homem a ser acusado foi o ilustríssimo produtor de filmes, Harvey Weinstein, que foi denunciado por várias mulheres. A primeira consequência de tais acusações foi a expulsão do produtor como membro da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.

Desde que a campanha começou a lista de homens famosos acusados não parou de crescer.

Um fenômeno viral com projeção internacional

Após a denúncia pública a Harvey Weinstein, outras atrizes e modelos dos Estados Unidos e de outros países se juntaram ao movimento. Em pouco tempo a hashtag contra o abuso sexual se tornou um autêntico fenômeno viral. Na verdade, muitas mulheres têm apoiado esta campanha não por terem sido vítimas de assédio sexual, mas porque consideram sua obrigação moral apoiar as vítimas.

Em suma, mulheres de todos os cantos do planeta estão dando um profundo basta ao assédio sexual.

#Metoo é muito mais do que uma série de denúncias contra o abuso sexual sofrido pelas mulheres de Hollywood.

Em primeiro lugar, a campanha destaca a “lei do silêncio” que foi imposta em Hollywood durante muitos anos. Havia suspeitas e indícios de que o assédio sexual às atrizes era uma realidade generalizada, mas ninguém se atrevia a denunciar publicamente informando os abusadores com seus nomes e sobrenomes.

#Metoo é um movimento a favor da dignidade das mulheres. Em outras palavras, nenhuma mulher e nenhum homem deveriam tolerar a normalização do assédio sexual como uma “tradição” ancestral que faz parte do mundo do espetáculo.

As relações sexuais que se mantêm sobameaça ou coerção estão associadas a comportamentos ilegais e, portanto, deveriam ser denunciadas aos tribunais.

Esta campanha nos faz lembrar uma realidade histórica e sociológica: durante séculos as mulheres não têm conseguido expressar com normalidade sua desaprovação contra as diversas formas de assédio sexual. Este movimento de denúncia representa um ato de rebelião contra a atitude machista de muitos homens que, abusando de seu poder, transformam as mulheres em objetos sexuais.

Além disso, observa-se um componente revolucionário. Mulheres de todo o mundo, juntamente com a solidariedade de alguns homens, acham necessário acabar com a impunidade desses abusadores sexuais.

Há também vozes contrárias

Nem todas as mulheres compartilham o mesmo ponto de vista sobre este fenômeno. A atriz francesa Catherine Denueve e uma centena de mulheres enviaram uma carta ao jornal Le Monde para expressar seu desacordo.

Existem vários argumentos que foram usados para desacreditar a campanha. Afirma-se que a mulher se apresenta como uma eterna vítima submissa aos homens. A carta nos faz lembrar também que a sexualidade leva implícita certa doses de assédio e o fato de negar essa realidade é uma mostra de uma atitude puritana e hipócrita.

Por último, afirma-se que a campanha de Metoo é uma forma de feminismo baseada no ódio aos homens e à própria sexualidade.

Imagem: Fotolia. Fitz

Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (abr., 2018). Conceito de Luta #Metoo (#EuTambém). Em https://conceitos.com/luta-metoo-eutambem/. São Paulo, Brasil.

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