Podemos chamar de aplicação intramuscular a administração de uma substância ou medicamento diretamente no interior de um músculo com fins terapêuticos, ou seja, para tratar ou prevenir alguma condição.
Os músculos mais utilizados para este procedimento são os deltoides do braço, o glúteo da nádega e o quadríceps localizado na parte dianteira da coxa.
Esta via de administração de substâncias é empregada nas seguintes situações:
Quando não é possível usar a via oral por causa de intolerância. Um exemplo são os casos das pessoas que estão vomitando, onde é possível que os medicamentos usados por via oral sejam eliminados através do vômito, não conseguindo, assim, seu efeito.
No caso dos medicamentos que não são absorvidos no trato gastrointestinal. Existem fármacos que não podem ser absorvidos no tubo intestinal, ou então uma vez absorvidos são inativados quando passam pelo fígado. Um exemplo do primeiro são os aminoglicosídeos (gentamicina, amicacina), um tipo de antibiótico amplamente utilizado para tratar infecções urinárias.
Medicamentos de depósito. Existem medicamentos que se encontram apresentados de tal forma que uma vez no organismo são liberados pouco a pouco, chegando a manter seu efeito por vários dias. Os medicamentos mais utilizados são os esteroides, indicados para os casos de reações alérgicas mais graves e de dificuldade respiratória; outro medicamento deste tipo é a penicilina benzatina, empregada nos tratamentos de amigdalite.
Aplicação de vacinas. A via intramuscular é a mais usada para aplicar vacinas (a exceção é a vacina oral contra poliomielite e a vacina contra o rotavírus).
A administração de substâncias diretamente dentro do músculo tem várias vantagens:
– Garante uma maior absorção da substância.
– Permite obter um início de ação mais rápido, sendo especialmente útil para tratar certas condições como a dor.
– Facilita administrar medicamentos de depósito.
Complicações após uma aplicação intramuscular
Dor. Em geral, a aplicação intramuscular é um procedimento que produz apenas desconforto. A presença de dor indica que a agulha entrou em contato com um vaso sanguíneo, um trajeto nervoso ou atingiu a superfície de um osso.
Hematoma. Uma das complicações mais frequentes é o aparecimento de um hematoma no local da injeção, sendo reconhecido como uma massa dura e dolorosa. Isto se deve a lesão de um vaso sanguíneo durante a injeção. Para evitar o surgimento de um hematoma, recomenda-se aspirar antes de injetar a agulha, o que permite identificar se a mesma se encontra em um vaso sanguíneo, por isso a agulha deve ser retirada e o procedimento iniciado novamente.
Infecção. Trata-se de uma condição pouco comum. Ocorre quando não são observadas as normas de assepsia e antissepsia, ou quando uma substância contaminada é aplicada por causa de manuseio inadequado ou então porque anteriormente se encontrava em mau estado.
Lesão nervosa. Trata-se de uma complicação grave. Ocorre principalmente quando uma injeção é aplicada no glúteo e lesiona o nervo ciático. É reconhecida pelo aparecimento de uma dor muito intensa, como uma cãibra ou fisgada que vai da nádega até a perna ou inclusive ao pé do mesmo lado.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jan., 2019). Conceito de Aplicação Intramuscular. Em https://conceitos.com/aplicacao-intramuscular/. São Paulo, Brasil.