Para os nazistas, os judeus representavam um “problema” que deveria ser “solucionado” e mesmo encarando o “problema” de várias maneiras, finalmente optaram pela eliminação física (assassinato) dos indivíduos identificados como judeus.
O termo “solução final” define e identifica todas as medidas tomadas pelo regime nazista para eliminar fisicamente os judeus.
Deve-se entender que o antissemitismo (entendido como ódios a todos os judeus ou supostamente judeus) não era nada novo na Europa de Entreguerras onde, ao longo da história, nenhum país estava livre dos fortes surtos de violência antissemita e do clima de hostilidade contínuo para com aqueles que praticavam a religião judaica ou que eram seus descendentes genéticos.
O fato de pertencer a uma minoria (fosse judeu, maçom, cigano, de qualquer etnia ou pensamento “diferente” da maioria) tem sido desde os tempos imemoriais o primeiro passo para ser visto como “inimigo do Estado” que, desta forma e ganhando um inimigo interno, permitia aos políticos e nobres do poder distrair os cidadãos dos problemas que eles mesmos (e não a minoria) provocavam.
Entre outras questões, culparam os judeus da guerra anterior (a Primeira Guerra Mundial e mais tarde da Segunda, já em pleno conflito), da crise mundial que seguia, de serem especificamente os culpados pela derrota alemã na Primeira Guerra (a famosa “punhalada pelas costas”).
Também foram acusados de destruir os fundamentos da sociedade alemã (os nazistas entendiam que havia uma “alemanidade” pura, que deveria evitar que fosse contaminada pelas influências não arianas) e de ter um plano secreto para apoderar-se do mundo. Para esta última se basearam no livro “Os Protocolos dos Sábios de Sião”, uma falsificação, mas que tem sido utilizada regularmente em supostos antissemitas.
No entanto, à medida que a guerra avançava e as tropas do Eixo conquistavam mais territórios, crescia também o número de judeus (ou considerados como tais pelos nazistas) que estavam sob sua administração.
Se inicialmente foram concentrados em campos e deportados principalmente para os territórios do leste europeu (começando pela Polônia), a virulência do trato dispensado aos judeus logo aumentou.
Como resultado disso, na invasão da União Soviética de 1941, as tropas terrenas foram acompanhadas pelos Einsatzgruppen, pelotões das SS cuja missão era assassinar o maior número possível de judeus, assim, começaram a operar com vários métodos, como fuzilamentos em massa ou uso de cal viva em grandes fossas.
No entanto, a diversidade de meios e critérios fazia duvidar dos resultados dos hierarcas nazistas, pois decidiram planejar de forma minuciosa o assassinato em massa de todos os judeus da Europa.
Nesta conferência, realizada em uma casa que havia sido roubada de um empresário judeu antes da guerra (atualmente um museu e centro de interpretação dos episódios acontecidos), os altos oficiais nazistas decidiram as formas, uma vez que o objetivo já era conhecido: o extermínio.
– Reinhard Heydrich, conhecido como “o açougueiro de Praga”, que seria morto seis meses depois por um comando da resistência tcheca. Representando os serviços de segurança (SD) foi, de fato, o perpetrador intelectual do plano.
– Adolf Eichmann, da Gestapo. Seu nome entraria para a fama por causa do seu sequestro na Argentina por parte de agentes da Mosad e seu posterior julgamento em Israel, sendo o mais alto hierarca nazista julgado pelas autoridades desse país.
– Rudolf Lange, da SD.
– Alfred Meyer, representante do Reich para os territórios ocupados.
– Wilhelm Stuckart, coautor das leis raciais de Nuremberg.
– Martin Luther, do Ministério de Exteriores.
– Friedrich Wilhelm Kritzinger, representante da Chancelaria do Reich e, portanto, do próprio Adolf Hitler.
– Otto Hofmann, chefe do Comissariado para a Raça e a Colonização.
A partir desse momento, a caça e a captura dos judeus para seu posterior assassinato, tornou-se uma obsessão dos nazistas que durou até os últimos episódios da guerra.
Alguns historiadores argumentam que isso fazia parte da derrota final do Eixo na Europa, já que homens, recursos e esforços estavam destinados e que, por outro lado, poderiam fazer frente do combate.
Aquilo que deveria ser a “solução final” para alguns, tornou-se o Holocausto ou a Shoah para os sobreviventes.
Diante da vergonha deste crime em escala industrial e sua posterior punição estão os julgamentos de Nuremberg e boa parte dos motivos para o nascimento do estado de Israel.
Imagem: Fotolia. rab
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (dez., 2017). Conceito de Solução Final (Genocídio). Em https://conceitos.com/solucao-final-genocidio/. São Paulo, Brasil.