Conceito de Língua Morta

Os linguistas afirmam que uma língua é considerada morta ou extinta quando nenhum falante a utiliza em sua comunicação habitual dentro de sua comunidade. Algumas línguas mortas ainda são usadas no contexto da liturgia. No campo acadêmico, o latim e o grego clássico estão presentes nos programas educativos.

Exemplos de línguas extintas

O dalmático ou dálmata foi falado nas costas da Dalmácia e em parte da Albânia até o século XIX (oficialmente é uma língua extinta porque seu último falante, Antonio Udina, morreu em 1898).

A copta foi extinta aproximadamente no século XVI. Hoje em dia é usada apenas nos atos litúrgicos entre os cristãos coptas do Egito, Etiópia, Eritreia ou cidade de Jerusalém.

Nas ilhas Canárias o espanhol é falado, mas até o século XVIII diversas línguas como a guanche também foram usadas. Atualmente, algumas palavras ainda são usadas como topônimos.

Os antigos habitantes da costa mediterrânea da Península Ibérica falavam ibérico. Na década de 1920, o arqueólogo espanhol Manuel Gómez Moreno conseguiu decifrar os segredos da escrita ibérica.

Na Argentina e no Uruguai as línguas charruanas foram faladas no período pré-hispânico (um vocabulário reduzido é conhecido sobre estas linguagens, mas sua estrutura gramatical é ignorada).

O latim é uma língua morta?

Em certas ocasiões, afirma-se que o latim é uma língua morta, mas este rótulo é bastante questionável. Deve-se levar em conta que até o século XVIII era a língua majoritária na comunidade científica internacional. Na atualidade, o Vaticano continua usando em seus documentos oficiais e a teologia cristã não poderia ser entendida sem conhecer esta língua em profundidade.

Quando uma pessoa quer saber a etimologia de uma palavra é bem provável que o vocábulo original provenha do latim. Algumas rádios transmitem sua programação nesta língua, como ocorre com a rádio Bremen na Alemanha ou a rádio Yle na Finlândia. Por outro lado, considera-se que o método francês Assimil é o mais adequado para iniciar neste idioma.

Para os latinistas, trata-se de uma língua viva, pois segue sendo usada na biologia para a classificação dos seres vivos e na terminologia jurídica.

Certas expressões são a tradução literal de locuções latinas (ação por danos e preconceitos é equivale à actio damni infecti; agir por precaução provém de ad cautelam, já a intenção de pagar vem da expressão animus solvendi).

Em espanhol, existem inúmeros latinismos usados todos os dias: a priori e a posteriori, grosso modo, déficit, superávit, réquiem, status, ad hoc, alter ego, cum laude ou carpe diem. Em resumo, pode-se dizer que as pessoas falam e escrevem em latim sem perceber.

Imagem: Fotolia. GregGroy

Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (fev., 2018). Conceito de Língua Morta. Em https://conceitos.com/lingua-morta/. São Paulo, Brasil.

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