Algo é objetivo quando pode ser comprovado ou verificado de maneira confiável. Dizemos que algo é subjetivo quando um observador tem sua própria avaliação pessoal sobre aquilo que descreve. Estas duas formas de analisar a realidade pareciam ser as únicas possíveis.
No entanto, no século XX, houve uma importante mudança filosófica: o centro de referência já não era o sujeito, mas sim a linguagem. Isto quer dizer que nenhum indivíduo tem uma linguagem própria e individual, sendo que a mesma é uma construção que fabricamos de maneira coletiva. Em outras palavras, a linguagem é intersubjetiva, uma vez que é feita por sujeitos que se relacionam entre si.
A comunicação é uma ação intersubjetiva, já que a língua falada pelos habitantes de uma comunidade é um conjunto de ferramentas compartilhadas. Do ponto de vista da intersubjetividade temos acesso a realidades objetivas ou subjetivas.
Alguns animais são adestrados para pronunciar certos sons, dos quais muitas vezes se parecem com a linguagem humana. No entanto, nenhuma espécie animal chegou a construir uma linguagem intersubjetiva que lhes permita uma comunicação eficaz.
A capacidade linguística dos humanos está sujeita a um processo de mudança permanente. Assim, uma palavra vai adquirindo novos significados, surgem novos termos, outros caem em desuso e cada contexto histórico proporciona um novo quadro de referência em relação à troca de ideias. Este complexo processo é uma tarefa coletiva participada por todos nós. As ideias de cada indivíduo são compartilhadas por outros ou então confrontadas com outros pontos de vista totalmente diferentes. Em suma, a comunicação é um fenômeno que deve ser entendido do ponto de vista da intersubjetividade.
Necessitamos saber que as ideias e as avaliações que nos cercam são verdadeiras ou falsas. Em outras palavras, de alguma forma, queremos determinar se uma ideia é objetivamente certa ou simplesmente se trata de uma opinião pessoal de tipo subjetivo. No entanto, a verdade sobre qualquer assunto é algo que construímos coletivamente e, consequentemente, tem uma dimensão intersubjetiva.
Acredita-se que os direitos humanos devem ser respeitados, por exemplo, não é aceito que um ser humano seja escravizado por outro.
Consideramos que todas as opiniões podem ser defendidas desde que sejam dentro de um contexto de respeito mútuo e de boa convivência. Em geral, entende-se que ninguém tem a verdade absoluta. Todas estas ideias não foram criadas por um grupo de pessoas, mas sim formadas de maneira coletiva e ao longo do tempo.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (nov., 2018). Conceito de Intersubjetividade. Em https://conceitos.com/intersubjetividade/. São Paulo, Brasil.
