O falecimento de um ditador é normalmente um episódio que marca um novo rumo na história de uma nação. Isso foi o que aconteceu após a morte de Tito, este que se manteve no poder da Iugoslávia desde a última fase da Segunda Guerra Mundial até sua morte em 1980.
O país se encontrava dividido em seis repúblicas: Sérvia, Montenegro, Macedônia, Croácia, Eslovênia, Bósnia e Herzegovina.
Por sua vez, havia uma grande divisão étnica e religiosa. Assim, os sérvios eram ortodoxos, os croatas seguiam a tradição católica e os bósnios eram muçulmanos.
Durante o governo do Marechal Tito, a coesão entre os territórios se mantinha graças a uma política de fraternidade e unidade que conseguia controlar os desejos de independência das diferentes repúblicas.
Tudo começou quando a República da Sérvia, liderada por Milosevic, rompeu a tradição unitária e instigou o ódio entre os povos que formavam a Iugoslávia. Em 1987, Milosevic conseguiu o controle do exército em todo o território iugoslavo. As demais repúblicas expressaram seu desacordo e em pouco tempo a Eslovênia e a Macedônia proclamaram sua independência.
Quando a Croácia tentou se separar, Milosevic enviou o exército para proteger seus interesses (na Croácia havia uma importante população de origem sérvia). Desta maneira, desencadeou-se uma guerra entre Sérvia e Croácia.
O conflito se intensificou no momento em que a Bósnia e a Herzegovina declararam a independência (neste território a maioria da população era muçulmana, mas havia também croatas e sérvios). A minoria sérvia não apoiou a independência e acabou formando seu próprio estado dentro da Bósnia sob a liderança de Radovan Karadzic (o objetivo dos sérvios da Bósnia era aliar-se à Sérvia).
O exército de Karadzic começou a tomar posições na Bósnia com o apoio do poderoso exército nacional iugoslavo.
Além dos episódios sangrentos houve uma “limpeza étnica” que fazia lembrar o nazismo alemão da Segunda Guerra Mundial.
As atrocidades da guerra na ex-Iugoslávia, especialmente na cidade de Srebrenica, provocaram a reação da ONU. O Conselho de Segurança das Nações Unidas declarou Srebrenica sob sua proteção, mas esta decisão não serviu para pacificar a situação e em 1995 os sérvios ocuparam a cidade.
Nas semanas e meses seguintes, os bósnios foram vítimas de todo tipo de atrocidade e abusos. Milhares de bósnios foram assassinados e seus corpos abandonados em valas comuns. Quando o massacre era mais que evidente, a comunidade internacional reagia e as forças da OTAN atacavam os sérvios.
Os responsáveis pelo genocídio foram levados à justiça internacional. Milosevic faleceu em 2006 de morte natural em sua cela. Karadzic permaneceu oculto sob uma identidade falsa, já que se fazia passar por um curador espiritual na cidade de Belgrado (quando sua verdadeira identidade foi descoberta em 2008 foi levado aos tribunais e finalmente condenado a quarenta anos de prisão).
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (out., 2018). Conceito de Guerras Iugoslavas (1991-2001). Em https://conceitos.com/guerras-iugoslavas-1991-2001/. São Paulo, Brasil.