Conceito de Educação

1. Incorporação de conhecimentos documentados e explicados, ou baseados em experiências próprias, em modelos de aprendizagem ministrados em instituições de ensino ou de maneiura autodidata.

2. Métodos e práticas pedagógicas otimizadas para a correta transmissão do conhecimento dos professores para seus alunos.

3. Área desenvolvida por instituições públicas e privadas, administrado mediante designação de um ministério da educação.

4. Graus de escolaridade, com frequência obrigatória, com conteúdos organizados. Exemplos: educação inicial, primária, secundária, etc.

5. Direito à educação, que deve ser garantido e promovido pelo Estado.

6. Comportamento civilizado, gentileza, respeito e bom tratamento.

Etimologia: Pelos modos do latim educatio, educatiōnis, em relação ao verbo educar, pelo latim educāre, sobre educĕre, no sentido de 'revelar', 'deduzir'.

Educação

Lilén Gomez | ago. 2022
Professora de Filosofia

Educação é cultura

Do ponto de vista das chamadas teorias da reprodução cultural —entre cujos representantes mais destacados estão os sociólogos Basil Bernstein (1924-2000) e Pierre Bourdieu (1930-2002)—, o sistema educacional dos Estados modernos tem como objetivo pôr em movimento uma série de processos, ou melhor, uma estrutura, orientada para a transmissão da cultura, com o objetivo de reproduzi-la.

Na perspectiva de Bourdieu, no espaço social existem estruturas objetivas, independentes de ações e representações subjetivas, que orientam essas ações, práticas e imaginários dos indivíduos na medida em que são internalizados. Tais estruturas não determinam os pensamentos e escolhas dos membros dessa sociedade, mas os constrangem dentro de certos limites, independentemente de sua vontade. A educação, nesse sentido, opera como uma estrutura —em primeiro lugar, no seio da família e, em segundo lugar, nas instituições educativas— cujo objetivo é a interiorização de um certo capital cultural e social pelo indivíduo em “formação”.

Para ambos os autores, o papel da educação é, então, reproduzir a cultura, a estrutura social e a estrutura econômica, por meio de estratégias diferenciadas para cada classe social. Por sua vez, Bernstein aponta que o elemento da linguagem é decisivo para a compreensão do modo como ocorre a transmissão cultural, pois é por meio dele que os indivíduos internalizam a ordem social.

Educação popular e pedagogias críticas

Tomando como ponto de partida a caracterização da educação como instituição social voltada para a reprodução, certas correntes pedagógicas críticas têm proposto uma inversão desse caráter reprodutivo, entendendo a educação como ferramenta de mudança e transformação das sociedades, marcadas pelo modo de produção capitalista. Um dos autores de referência desse movimento foi o pedagogo brasileiro Paulo Freire, fundador da chamada pedagogia do oprimido. Nessa perspectiva, o autor desenvolveu os fundamentos de uma pedagogia popular, cuja função não é reproduzir a ordem dada, mas criticá-la para reconstruir uma sociedade justa.

Se a escola, até então, era pensada em termos de uma estrutura cuja finalidade era a reprodução da ideologia dominante, Freire propõe uma atividade educativa cujo objetivo é conscientizar sobre tal situação de opressão. Ou seja, a finalidade da escola não deve ser a transmissão de valores previamente definidos, com base no interesse do capital, mas o trabalho no contexto dos processos educativos deve ser pensado em termos de construção de uma consciência comum, com a participação ativa participação do aluno. Dessa forma, a educação deixa de ser pensada como um processo de ensino linear e unilateral, no qual há uma assimetria de poder, justificada pela assimetria de saberes, e passa a ser entendida como uma construção dialógica entre ambas as partes, cujas diferenças se alimentam. no outro.

Modelos educacionais atuais

Atualmente, existem diferentes modelos educativos, dentro dos quais se enquadram várias práticas pedagógicas, que podem ser amplamente classificadas segundo duas tendências gerais.

Por um lado, o modelo tradicionalista enfoca a escola como uma instituição destinada a reproduzir um ideal de sociedade, baseado no sistema social dado, que não é questionado. A ideia predominante, nesse modelo, é a de uma “transmissão” de conhecimento, por meio de práticas pedagógicas em que o papel principal é ocupado pelo educador (por exemplo, palestras, exercícios de ditado, aulas onde a capacidade de memória do aluno. Por outro lado, existem diferentes modelos da tradição construtivista, que entendem o conhecimento não como transmissão, mas como uma produção que se dá no processo de aprendizagem. Nesse caso, o foco está no papel do aluno —tendo em conta seus próprios interesses e seu contexto—, contra quem o educador atua como guia e conselheiro.

Artigo de: Lilén Gomez. Professora de Filosofia, com desempenho em ensino e pesquisa em áreas da Filosofia Contemporânea.

Referencia autoral (APA): Gomez, L.. (ago., 2022). Conceito de Educação. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/educacao/. São Paulo, Brasil.

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