Um governo seja ele regional ou nacional prática o clientelismo quando faz favores em troca de algo, normalmente o voto. O mecanismo geral que rege o clientelismo é o seguinte: um político promete dinheiro ou algum tipo de benefício em troca de receber apoio eleitoral nas urnas.
Obviamente, trata-se de uma forma de corrupção política, já que em um sistema democrático o voto de cada cidadão se baseia na livre escolha.
Na relação de clientelismo entre um candidato e seus eleitores há uma responsabilidade compartilhada, uma vez que ambos pervertem o direito do voto. O candidato é corrupto porque compra a vontade do eleitor e o cidadão que aceita esta transação também é corrupto porque seu voto depende do que recebe em troca (uma quantia em dinheiro, um emprego ou outro benefício qualquer).
Esta prática irregular possui várias modalidades. Algumas delas são as seguintes:
1) Quando um partido político oferece aos seus possíveis eleitores algum tipo de “presente”, por exemplo, a mensalidade de uma cesta básica, uma celebração festiva ou qualquer outro incentivo que sirva para manipular as intenções dos cidadãos (esta modalidade ocorre normalmente durante as campanhas eleitorais);
2) Quando um grupo político age através de algum mecanismo de ameaça. “Ou você vota em mim senão não renovo o seu contrato”, assim como uma bolsa de estudo ou um subsídio;
3) Quando se organiza um sistema na qual se compra diretamente o voto dos cidadãos;
4) Quando os representantes do estado utilizam os recursos públicos com fins de propaganda ou para favorecer um setor da população;
5) Quando os meios de comunicação se submetem aos interesses do governo em troca de algo (as campanhas publicitárias dos órgãos públicos nos meios de comunicação é uma das fórmulas para que os jornalistas se envolvam com o clientelismo político).
Em uma atividade econômica privada, os responsáveis pelas empresas tentam fazer com que seus clientes se sintam felizes e assim lhes propõem alguns descontos, promoções, presentes ou incentivos. Algo bem parecido ocorre na realidade política de alguns países, já que os governantes ou candidatos a governantes oferecem atrativos aos seus “clientes”. O problema é que suas ofertas são perversas e acabam corrompendo o sistema democrático.
Imagem: Fotolia. retrostar
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (fev., 2017). Conceito de Clientelismo. Em https://conceitos.com/clientelismo/. São Paulo, Brasil.