O adjetivo tácito provém do latim, mais especificamente de tacitus, que significa calado. Em relação ao seu significado é aquilo que não se diz por ser desnecessário. Desta maneira, se duas pessoas chegam a um pacto sem palavras, acontece um acordo tácito.
Embora as palavras sejam o elemento fundamental da comunicação, nem sempre são imprescindíveis para um bom entendimento. Na verdade, em certos contextos da linguagem, as mensagens são subentendidas, isto é, estão ocultas porque não aparecem, mas isso não significa que não estejam presentes. Desta maneira, duas pessoas que se conhecem muito bem podem se entender através de um simples olhar e sua comunicação é feita sem palavras e tacitamente.
O acordo tácito vem a ser um pacto não escrito na qual as pessoas envolvidas se comprometem e em seu compromisso não é preciso assinar nem dizer nada. Vamos ver duas situações típicas:
1) Duas pessoas fecham um negócio verbalmente e ao finalizar o encontro dão as mãos como sinal de conformidade. Com este gesto firmam um compromisso de obrigação a cumprir;
2) Um indivíduo empresta um objeto de valor a outra pessoa e em nenhum momento mencionam o fato de que o objeto deve ser devolvido depois.
Apesar de o pacto tácito ser um mecanismo muito arriscado socialmente, na maioria dos acordos formais é conveniente que haja um elemento que obrigue a cumprir o pacto (normalmente esse elemento é um contrato).
Do ponto de vista gramatical, em alguns contextos da linguagem não é necessário utilizar o sujeito. Isto acontece quando se subentende quem é o sujeito que protagoniza a ação e, portanto, é desnecessário mencioná-lo. Na oração “ganhei a partida” o sujeito é “eu”, mas não é imprescindível utilizá-lo porque a forma verbal já indica de quem se trata. Na frase “outro dia ganhaste a partida” o sujeito tácito é tu. E na oração “brincavam no quintal” o sujeito oculto são eles.
Certos acontecimentos são evidentes, mas apesar de tudo não podem ser explicados com palavras. Quando isto acontece se fala do conhecimento tácito. Neste sentido, identificamos a voz de uma pessoa ou reconhecemos seu rosto por um processo mental automático, portanto não sabemos explicar como fazer, mas fazemos.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (dez., 2016). Conceito de Tácito. Em https://conceitos.com/tacito/. São Paulo, Brasil.