O erotismo está muito presente na arte. Assim, encontramos imagens de corpos nus e práticas sexuais nos afrescos de Pompeia, no texto do Kama-Sutra do hinduísmo ou na arte do Renascimento.
Na cultura japonesa, o shunga é a corrente pictórica tradicional onde são apresentadas cenas com conteúdo sexual. Esta tradição começou no século XVII, quando um artista anônimo incluiu em um manual de sexo algumas representações com cenas íntimas.
Em alguns períodos da história, estas representações foram proibidas pelas autoridades japonesas, que consideravam essa arte como algo obsceno e sujo. Apesar da censura oficial, o estilo shunga nunca desapareceu por completo.
Deve-se destacar que o sexo na cultura japonesa tinha e tem uma dimensão contraditória, pois é um tema tratado abertamente na vida privada, mas que em público se torna um tabu.
Na cultura japonesa tradicional, ter uma obra de shunga dentro de casa era uma espécie de talismã que servia para prevenir incêndios. Por outro lado, os antigos samurais tinham o hábito de guardar um desses desenhos eróticos, pois acreditavam que teriam sorte durante os combates.
Estes desenhos e pinturas eróticas foram praticamente desconhecidos pelo mundo ocidental. No entanto, a partir do século XIX, alguns artistas europeus começaram a interar-se das impressões eróticas japonesas. Pintores impressionistas e modernistas, assim como colecionadores de todo o mundo se interessaram pelo estilo shunga e esta nova moda foi conhecida como japonismo.
Do ponto de vista artístico, esta obras apresentam duas características principais: o uso predominante da linha de acordo com o gosto oriental e imagens de nus parciais em que o corpo é coberto com tecidos transparentes e colorido. O uso de tecidos para cobrir o corpo possui também outro sentido, pois permite identificar os protagonistas (há vestidos para comerciantes, cortesãs e guerreiros).
A temática shunga trata a sexualidade com naturalidade e transmite a busca pelo prazer das mulheres, a homossexualidade e a impotência masculina. Em certas ocasiões, as cenas de sexo são fantásticas e aparecem guerreiros samurais com pênis de tamanho desproporcional ou mulheres copulando com animais. Em suma, esta arte erótica é uma mistura de realismo e fantasia. Para alguns estudiosos, a abordagem sexual do mundo anime e dos mangás é a versão contemporânea das antigas gravuras shungas.
Imagem: Fotolia. Homunkulus28
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jun., 2018). Conceito de Shunga. Em https://conceitos.com/shunga/. São Paulo, Brasil.
