Estamos rodeados de todo tipo de código. Em nosso endereço figura um código postal, para identificar um objeto de consumo utilizamos os códigos de barra e no mundo da informática gerenciamos os códigos de acesso para que sejam identificados corretamente. Quando nos referimos aos seres vivos, os mesmos também têm seu próprio sistema de identificação, o código genético.
O código genético é uma regra que explica como se transforma uma sequência de ácidos nucleicos em uma de aminoácidos. Este código tem uma dimensão universal, pois identifica qualquer organismo vivo (uma planta, animal ou ser humano).
Em relação ao seu funcionamento, a ideia geral do código genético parte de uma cadeia de DNA a partir de três em três ácidos nucleicos. Assim, para cada três letras que simbolizam um ácido nucleico, cada uma delas tem um aminoácido. Cada grupo de três ácidos nucleicos pode ter qualquer uma das quatro bases nitrogenadas existentes no núcleo da célula (adenina, guanina, timina e citosina) e, portanto, existem 64 combinações possíveis.
O ácido desoxirribonucleico ou DNA de uma célula forma uma molécula com diferentes átomos. No caso do DNA, os átomos combinam entre si para criar a estrutura de uma longa escada em forma de espiral. Este mecanismo é explicado pela intervenção de aminoácidos que ao combinar entre si criam as proteínas. Assim, os aminoácidos formam proteínas e estas formas as células que, por sua vez, formam órgãos ou tecidos dos diferentes seres vivos. Para que este processo seja possível é necessária uma codificação específica; a partir daí se forma o DNA como estrutura que organiza os aminoácidos em formas específicas, transformando-os em seguida em proteínas.
O código genético de uma pessoa está formado por 6 milhões de letras. Estas combinações de DNA são as que nos tornam únicos como indivíduos. A sequência completa do genoma humano completo pode ser decifrada praticamente em sua totalmente e esta circunstância tem consequências revolucionárias para o tratamento de certas doenças hereditárias.
Deve-se ressaltar que algumas doenças são transmitidas através do material genético dos progenitores e se este código puder ser manipulado os descendentes não terão que sofrer o que estava escrito no seu código de DNA. Com este tipo de avanço, muitas vidas já foram salvas, assim como foram tratadas de maneira antecipada doenças muito graves.
Primeiro, há um dilema ético de respeito à privacidade pessoal dos seres humanos e se é legítimo ou não manipular este tipo de informação. Por outro lado, os convênios médicos podem usar esta informação para discriminar alguns indivíduos por causa de sua informação genética.
Imagem: Fotolia. Kirsty Pargeter
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (fev., 2017). Conceito de Código Genético. Em https://conceitos.com/codigo-genetico/. São Paulo, Brasil.