Desde suas origens mais remotas, o Cristianismo tem apresentado diversas correntes teológicas. Uma delas é o Arianismo. Esta denominação se refere à Ário, um sacerdote e asceta do século III d. C, que viveu na Alexandria e foi discípulo de Luciano de Antioquia, de quem assumiu uma tese muito particular sobre a figura de Jesus Cristo: sua natureza era metade humana, metade divina.
Este sacerdote de Alexandria negava o dogma da Trindade. Assim, entendia que o filho de Deus deveria ser entendido como um ser totalmente subordinado ao Pai. Ao mesmo tempo, afirmava que Jesus Cristo foi filho adotivo de Deus. Desta maneira, Jesus Cristo não era considerado Deus e simplesmente um homem cuja missão consistia em colaborar com o Criador. Neste sentido, o Filho não conhece o Pai, consequentemente, não pode revelar nada sobre o mesmo.
Os ensinamentos de Ário foram ganhando adeptos entre os membros da igreja cristã, especialmente no norte da África, na Península Ibérica e nos territórios de Antioquia.
No Império Romano, a doutrina do arianismo se consolidou entre os nobres, o estamento militar e as elites políticas. Esta situação provocou uma divisão no seio do Cristianismo, já que por um lado se encontrava a versão oficial romana e, por outro, a corrente ariana.
O imperador Constantino enxergava com preocupação a auge do arianismo em seus domínios e por este motivo impulsionou o Concílio de Nicéia. Ali os bispos cristãos se reuniram para discutir as doutrinas de Ário e seus seguidores. A principal conclusão do concílio foi desacreditar aqueles que questionavam o dogma da Trindade e negavam a divindade de Jesus Cristo.
O anátema ou condenação contra o arianismo significou a expulsão desta corrente do seio da igreja. Em outras palavras, seus seguidores se tornaram hereges. Embora esta corrente herética estivesse enfraquecendo com o passar do tempo, seus princípios não deixaram de ser mantidos. Neste sentido, as Testemunhas de Jeová são consideradas seus herdeiros naturais.
O Gnosticismo se desenvolveu entre os séculos I e III e seus seguidores afirmavam que possuíam uma ordem de conhecimento superior à fé (na Idade Média, os cátaros, também conhecidos como albigenses, seguiram as doutrinas do gnosticismo).
O Docetismo surgiu no século I e em seus princípios se nega a natureza divina de Jesus Cristo e ainda se questiona o fato de sua crucificação.
O Maniqueísmo surgiu no século III e segundo seus seguidores Deus enviou o profeta Mani à humanidade para iluminar os homens sobre o Bem e o Mal.
O Montanismo foi desenvolvido no século II e não pretendia desviar-se da versão oficial do Cristianismo, mas enfatizava alguns aspectos proféticos (anunciaram que o fim dos tempos ocorreria em pouco tempo).
Imagem Fotolia: Francesco Chiesa
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jan., 2019). Conceito de Arianismo. Em https://conceitos.com/arianismo/. São Paulo, Brasil.