Heróis para uns, vilões para outros, o coletivo hacktivista Anonymous vem ganhando visibilidade nos últimos anos por posicionar-se em diversas crises políticas e diplomáticas, mesmo para aqueles que têm certa ideologia, isso é algo que falta em muitas pessoas.
Deve-se destacar que este tipo de coletivo é difícil, mas não impossível dada à falta de uma estrutura definida, de comandantes ou representantes, assim como da clandestinidade com a qual exerce suas ações.
Pode-se dizer que o fim, neste caso, é um mundo melhor ou, de qualquer forma, diferente. A Anonymous tem lançado ações tanto dentro como fora da rede (Internet) contra coletivos e instituições, como a Igreja da Cientologia, a RIAA e a MPAA norte-americanas (entidades gestoras dos direitos autorais), a Daesh e vários governos de países árabes a favor das revoltas, como a Primavera Árabe.
Uma de suas últimas ações tem sido a favor do movimento de independência da Catalunha.
Apesar da linha cronológica da Anonymous não ser fácil de traçar, existe um acordo que situa seu nascimento nos fóruns de 4Chan em 2004. Seu nome vem da sensação de anonimato daqueles que postam nesse fórum.
Muitos usuários regulares da 4Chan também se organizaram para fazer piadas e realizar outras ações, porém é provável que a ideia da Anonymous surgiu de forma espontânea de vários indivíduos que postavam conteúdos nesses fóruns e, a partir daí, se espalhou.
Como você pode ser um membro da Anonymous? Não existe uma inscrição nem mesmo a quem solicitar. Simplesmente as pessoas participam de alguma forma, seja on-line ou off-line.
Na Internet, membros ativos do coletivo proporcionam ferramentas para a realização de ataques DDoS, assim como outras ferramentas para proteger o anonimato daqueles que realizam esses ataques. Nos fóruns e canais de chat que se reúnem, pode-se também conseguir documentação e ferramentas para realizar as ações.
No entanto, esta prática tem provocado polêmica, já que em alguns casos foram presos os membros menos espertos do coletivo por não proteger-se suficiente ou porque, diretamente, foram enganados. É fácil para qualquer um dizer que é da Anonymous…
A própria natureza da descentralização da Anonymous tem levado os membros do coletivo a manter desentendimentos internos sobre seus objetivos e ações a alcançar.
Se isso já é normal em entidades organizadas e hierarquizadas, como não seria em uma organização que paradoxalmente é desorganizada por vontade própria.
Estes “objetivos” são chamados de operações e a Anonymous vem realizando desde a sua fundação.
Entre as mais conhecidas está o Projeto Chanology que iniciou suas ações para protestar contra a igreja da Cientologia, na qual os ativistas se dedicaram a bloquear as páginas web da igreja, assim como a filtrar números de fax pertencentes à organização para que lhe enviassem faxes com páginas totalmente pretas para gastar os toners..
A Operação Payback contra a RIAA e a MPAA para protestar os ataques recebidos pela The Pirate Bay por parte dessas duas entidades de gestão dos direitos autorais, ou a #OpISIS contra o Estado islâmico, são outras operações que se tornaram famosas.
Além disso, por ser um coletivo sem estrutura hierárquica, em alguns países, ativistas locais começaram operações por conta própria, como mencionado anteriormente no caso da Catalunha.
Imagem: Fotolia. Tatyana
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jun., 2018). Conceito de Anonymous. Em https://conceitos.com/anonymous/. São Paulo, Brasil.