O termo status vem do latim status, que pode ser traduzido como “estado”, “condição”, “posição”, e aplicado dentro das ciências sociais refere-se ao nível que um sujeito ocupa em relação a uma determinada estratificação da sociedade. Na linguagem atual, a expressão status quo, que recupera a expressão latina referente a uma “ordem dada das coisas”, é usada para designar um estado de relações sociais ou econômicas que se supõe “normal”, pois já está estabelecido desse modo.
Do ponto de vista sociológico, o status é interpretado em termos socioeconômicos, como uma categoria análoga à classe social. Pertencer a uma ou outra classe social —isto é, a classe dominante, a classe média, as classes trabalhadoras ou subordinadas— pode ser determinado “objetivamente”, com base em certos indicadores estabelecidos como critério comparativo. Tais indicadores estão relacionados à riqueza material, profissão, ocupação, participação em determinadas instituições, entre outros.
De acordo com a percepção dos indivíduos sobre sua posição em relação à estratificação social, ou seja, seu próprio lugar de classe, também é possível falar de uma perspectiva subjetiva sobre o papel que ocupam na escala social, em relação aos outros.
Em ambos os casos, as diferenças, sejam materiais ou percebidas, condicionam a vida das pessoas em vários aspectos: suas aspirações, seu comportamento, seu consumo, etc. Isso significa que, por exemplo, apesar de uma pessoa poder ter baixa renda, sua autopercepção poderia ser a de pertencer a uma classe social com melhor condição econômica e, consequentemente, poderia agir direcionando seus objetivos para a classe com a qual se identifica. Um exemplo concreto é o caso da adoção de certas modas, que se tornam paradigmáticas para determinados grupos sociais e, posteriormente, são imitadas por grupos que não possuem o mesmo status socioeconômico, ao qual buscam pertencer.
Assim como o status socioeconômica objetiva é determinável segundo critérios qualitativos e quantitativos, no caso do status socioeconômica subjetiva, também existem ferramentas que permitem sua mensuração: entre elas, podemos citar a chamada “Escala MacArthur de status socioeconômico subjetivo”.
A Escala MacArthur consiste em uma série de etapas que representam diferentes posições na hierarquia social, de acordo com a renda recebida, nível de escolaridade e prestígio ocupacional. Para determinar o status subjetivo, solicita-se aos indivíduos que fazem parte desses estudos que indiquem sua própria posição dentro dessa escala, comparando-a com a de outros indivíduos ou famílias, de acordo com suas percepções.
O fenômeno pelo qual as representações das pessoas podem apresentar uma lacuna em relação às suas reais condições, ou seja, a não coincidência entre o status social objetivo e subjetivo, é explicado por diferentes fatores. Fundamentalmente, a razão pela qual existe essa lacuna está nas concepções que os indivíduos têm sobre si mesmos e sobre a estrutura social, a partir da qual compõem as imagens de si que oferecem na interação com os outros. Nesse sentido, o que determina a situação socioeconômica não é apenas o capital econômico, ou seja, a renda e a riqueza disponíveis para um individuo, mas há existência de outras formas de capital que são decisivas.
Por exemplo, o nível de escolaridade, o exercício de determinadas profissões, o consumo de determinados bens culturais, definem um capital cultural específico, assim como a capacidade de gerar e fazer parte de redes sociais por meio de contatos pessoais define um capital social específico. O acesso a essas formas de capital tem, por sua vez, uma implicação na posição ocupada dentro de uma sociedade estratificada, entre privilégio e pobreza.
Artigo de: Lilén Gomez. Professora de Filosofia, com desempenho em ensino e pesquisa em áreas da Filosofia Contemporânea.
Referencia autoral (APA): Gomez, L.. (Março 2023). Conceito de Status. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/status/. São Paulo, Brasil.
