A Bíblia original foi escrita em hebraico e a primeira tradução para a língua grega foi realizada no século III a. C. Foram setenta os rabinos que trabalharam na tradução e que se isolaram na ilha de Elefantina, no delta do Nilo.
Trabalharam durante setenta dias e setenta noites. Por este motivo, esta nova Bíblia é conhecida como a Versão dos 70 ou Septuaginta.
A iniciativa desta grande obra ocorreu na Alexandria durante o período dos Ptolomeus egípcio, no século III a. C. Foi um trabalho complexo, pois estabelecia um esforço em várias questões de caráter filológico: ortografia, sintaxe, semântica, morfologia, etc. Obviamente, também havia dificuldades de caráter teológico.
Foi o faraó Ptolomeu Filarete quem pediu ao sumo sacerdote de Jerusalém uma tradução dos livros sagrados hebreus para a biblioteca de Alexandria.
O grande número de judeus que vivia fora da Palestina adotou rapidamente esta tradução em suas sinagogas, pois haviam esquecido completamente a língua hebraica. Alguns livros que foram originariamente escritos em grego também foram incluídos pelos tradutores e esta circunstância ocasionou um problema, já que estes novos livros não eram considerados como parte da Bíblia para os judeus.
Os livros incorporados à Septuaginta são conhecidos como Deuterocanônicos (os livros de Tobias, Macabeus I e II, Judith, Baruch, Daniel, Ester, Eclesiástico e Sabedoria).
No século IV d. C a Septuaginta deixou de ter uma utilidade prática, já que a maioria da população – o povo comum – não conhecia o grego, mas falava em latim. Por este motivo, São Jerônimo traduziu a Bíblia para o latim, a língua vulgar do povo. Esta nova edição é conhecida como “a Vulgata”. Esta versão das Escrituras Sagradas teve grande importância e por muitos séculos foi utilizada para a celebração da Eucaristia.
Durante a Idade Média, apenas aqueles que conheciam o latim podiam ler a Bíblia. As traduções do latim para as línguas românicas não ocorreram até a Reforma no século XVI.
Diante desse contexto, Martinho Lutero traduziu a Bíblia para o alemão como uma das formas de protesto contra a igreja oficial.
A primeira tradução para o castelhano foi obra de dois monges espanhóis: Cipriano de Valera e Casiodoro de la Reina. Ambos religiosos se afastaram do caminho do catolicismo e se juntaram ao protesto dos luteranos. Esta edição da Bíblia é conhecida como “a Reina Valera”.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (out., 2018). Conceito de Septuaginta. Em https://conceitos.com/septuaginta/. São Paulo, Brasil.