Na filosofia o termo perspectivismo foi criado pelo filósofo alemão do século XIX, Gustav Teichmüller. Com este conceito expressou seguinte tese geral: o conhecimento de qualquer realidade pode ser feito a partir de diferentes perspectivas e todas elas com uma justificativa.
Desta forma, cada ponto de vista proporciona uma visão única sobre qualquer área da realidade. Esta ideia inicial está baseada na concepção filosófica de Leibniz, da qual existem entidades abstratas ou nômades que nos permitem entender o mundo a partir de diferentes abordagens (relacionadas à matemática, física, metafísica, psicológica ou biológica). As abordagens destes dois filósofos serviram de inspiração para outras correntes perspectivismo.
Para Nietzsche o conhecimento da própria realidade é impossível, uma vez que qualquer opinião, crença ou teoria depende do ponto de vista do observador. Neste contexto, cada indivíduo tem sua própria representação do mundo. Não há uma visão ou perspectiva melhor do que outra. Isto significa que qualquer dado que possuímos está condicionado à nossa interpretação pessoal. Enfim, não há fatos, apenas as perspectivas dos fatos.
Este pensador espanhol do século XX afirma que cada ser humano conhece a realidade a partir da sua ótica pessoal. No entanto, isto não significa que a verdade não existe. Para alcançar a verdade de algo é necessário incorporar as contribuições de todas as perspectivas possíveis. Em outras palavras, quando buscamos a verdade sobre um assunto, devemos conhecer as mais variadas versões sobre o mesmo. Como na prática esta posição não é viável, tudo o que podemos fazer pessoalmente é conhecer o mundo a partir de nossa perspectiva individual.
As reflexões sobre o perspectivismo nos faz lembrar que ao longo da história da filosofia houve várias visões sobre a possibilidade de conhecimento. De acordo com a abordagem de ceticismo, o homem não sabe nada sobre o mundo que está ao seu redor.
Por outro lado, o dogmatismo sugere que é possível conhecer o mundo como realmente é. Entre uma posição e outra há uma intermediária, o criticismo de Kant. O criticismo kantiano afirma que o conhecimento não é absoluto, mas não é aceitável afirmar que nossa ignorância é absoluta. Neste sentido, o relativismo defende a tese de que não existe nenhuma verdade absoluta.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jul., 2017). Conceito de Perspectivismo. Em https://conceitos.com/perspectivismo/. São Paulo, Brasil.