No campo dos ideais políticos e religiosos está empregado o conceito de extremismo para referir-se a posições radicais e distantes de uma postura moderada. No contexto filosófico, científico e cultural também se recorre a este rótulo para fazer referência a abordagens distantes das correntes convencionais.
Além deste contexto que pode ser utilizado, normalmente a ideia de extremismo tem conotações negativas, uma vez que está associado a movimentos revolucionários ou posições intolerantes. Obviamente, a partir do ponto de vista dos extremistas, suas posições são justas e sensatas. Neste sentido, estamos diante de um conceito relativo que desperta certa controvérsia.
Em cada contexto histórico há algumas abordagens políticas que servem como referência para todos os cidadãos. No mundo de hoje, há uma série de formações políticas que forma um espaço moderado, como a democracia social, a democracia cristã e os partidos liberais. Assim, quando uma pessoa ou um grupo tem ideias que vão além do estabelecido, suas abordagens são consideradas extremistas. Embora este termo seja ambíguo, permite identificar certos coletivos: movimentos ecologistas ou animalistas, grupos de neonazistas ou de extrema direita, movimentos revolucionários anticapitalistas, etc.
A maioria das religiões apresenta diferentes correntes. Assim, o catolicismo é uma corrente moderada dentro do cristianismo, mas alguns grupos cristãos são considerados radicais e, portanto, extremistas. O mesmo se aplica ao Islã, uma religião em que certos grupos são partidários do terrorismo para impor suas doutrinas.
No final do século XIX as ideias de Darwin sobre a evolução das espécies foram consideradas uma proposta extremista. Sua abordagem significava que a espécie humana estava sujeita aos mesmos mecanismos de que outras espécies animais. Compreensivelmente, suas ideias estavam em uma posição extrema naquele momento, já que durante séculos, acreditava-se que o homem foi criado por Deus. Com o passar dos anos, o evolucionismo foi aceito como uma teoria válida. Como consequência disso, surgiram novos extremistas: grupos religiosos que negam a teoria da evolução.
O exemplo do evolucionismo permite ilustrar o fenômeno do extremismo. Assim, a posição extrema de alguém não é, em princípio, nem positiva nem negativa, mas depende de outras considerações: a noção de normalidade em cada momento histórico. Desta maneira, tudo o que se afasta da suposta normalidade é rotulado como extremista.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (maio., 2017). Conceito de Extremismo. Em https://conceitos.com/extremismo/. São Paulo, Brasil.