Dentre as reformas educacionais da nova era, surge uma modalidade focada em priorizar o ensino de Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática, conhecida pela sigla inglesa dessas quatro áreas: STEM. Sob a premissa de formar as novas gerações dentro do contexto tecnocrático, essa abordagem está revolucionando a humanidade, centrando-se na utilização máxima das capacidades intelectuais e dos recursos para resolver os problemas ambientais causados ao longo dos séculos anteriores, além dos desafios que a vida cada vez mais dependente da tecnologia impõe. Nesse sentido, a educação STEM está orientada para:
Promover o desenvolvimento das competências mentais fundamentais de pensamento crítico, resolução de problemas e criatividade, através da estimulação gerada pela resolução prática de problemas e pelo desenvolvimento de propostas formuladas através da execução de projetos;
Formar o trabalho em equipe como valor essencial na interação entre os alunos, aplicável a todos os aspectos da vida, permitindo aumentar o nível de empatia e outros valores como a generosidade, o altruísmo e a solidariedade;
Promover a inovação e o progresso tecnológico, capacitando alunos dos níveis iniciais do ensino básico na concepção e desenvolvimento de produtos tecnológicos cuja aplicação permita a transformação social e econômica da sua própria comunidade e da humanidade;
Preparar os estudantes em áreas profissionais de elevada exigência e com desenvolvimento prolongado no futuro, proporcionando-lhes estabilidade laboral através de sólidas oportunidades de emprego com remunerações competitivas e, além disso, permitindo-lhes a possibilidade de trabalhar de forma autônoma através do desenvolvimento de projetos independentes e empreendimentos próprios;
Gerar um estado de maior consciência sobre a necessidade de contribuições viáveis que orientem o desenvolvimento sustentável das gerações presentes e futuras, sobretudo através de suas ações;
Desenvolver contribuições para a resolução de problemas globais como as mudanças climáticas e a saúde pública, com base na contribuição das comunidades.
Entre as maiores vantagens para o desenvolvimento tecnológico que a educação STEM pode oferecer está a intenção de reduzir a exclusão digital, através da formação massiva em conhecimento científico e tecnológico e da implementação de recursos e TICs que incentivem o uso dessas tecnologias para a modernização de todos os setores da sociedade. Isso serve como uma estratégia de intervenção social que contribui para a redução da pobreza e da segregação de comunidades que, por diversas razões, se encontram em desvantagem educacional e alheias ao desenvolvimento tecnológico de que gozam outros setores, a fim de alcançar a igualdade de direitos e oportunidades para todas as sociedades.
No quadro dos resultados atribuíveis a esta transformação educativa, verifica-se o crescimento do interesse por parte de alunos e professores em participar no desenvolvimento de projetos que acrescentem respostas às necessidades imediatas do seu ambiente. Ao mesmo tempo, a dinâmica crescente de reuniões e demonstrações de competências nacionais e internacionais está impulsionando os Estados a aumentar a atribuição de recursos intelectuais, materiais e econômicos para a adoção de uma educação STEM, permitindo-lhes demonstrar as competências e propostas que seus próprios cidadãos têm para oferecer, numa dinâmica próspera em que quase todos os países querem agora demonstrar a competitividade necessária para se manterem integrados na nova era tecnológica.
Ensinar conteúdos de forma pragmática e que demonstre a sua utilidade torna-se uma experiência reveladora que permite aos alunos não só descobrir suas capacidades e talentos naturais, mas também desenvolver um sentimento de pertencimento em relação às responsabilidades que todos temos de assumir para alcançar a solução dos múltiplos problemas que enfrentamos, incluindo o bem-estar e o equilíbrio das outras espécies e do planeta.
Esse empoderamento recursivo também orienta as novas gerações no caminho de assumir a educação como fator predominante para a conquista da verdadeira liberdade pessoal, bem como fonte de estratégias ilimitadas que permitem o desenvolvimento de aprendizagens significativas, conforme o paradigma construtivista da educação, mas focado na obtenção de resultados eficazes para ajudar na melhoria da humanidade.
Embora a proposta do modelo de educação STEM tenha surgido na última década do século passado como promotora da adaptação escolar nos Estados Unidos, foi através do vertiginoso crescimento tecnológico dos últimos 20 anos que sua consideração se fortaleceu e se expandiu para todas as outras nações. Isso assumiu a ideia de que essa proposta educativa torna ainda mais possível a interligação entre as realidades sociais e profissionais, bem como o desenvolvimento transdisciplinar do conhecimento, abrindo as portas da investigação científica e tecnológica a todas as pessoas e em todos os níveis, permitindo-lhes aproveitar suas próprias capacidades e gostos para gerar contribuições transcendentais, com as quais também revalorizam o talento humano.
Avançar nesse caminho tem sido possível graças a pequenos passos, como a publicação em 2003 do Relatório PISA da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), que evidenciou a importância da educação em matemática e ciências para impulsionar o crescimento da economia das nações. Além disso, o relatório de 2005 “Rising Above the Gathering Storm” dos Estados Unidos alertou sobre a necessidade de melhorar a educação científica para manter a competitividade do país, fato que levou ao aumento de iniciativas educacionais promulgadas pela lei “No Child Left Behind” de 2001. Sob essa lei, são protegidos, entre outros recursos, os crescentes programas e organizações que promovem a implementação da educação STEM na nação americana, como o Ecossistema de Aprendizagem STEM.
A evolução dinâmica e constante da ciência, especialmente no ambiente tecnológico, tem levado à formulação de uma educação STEM adequada à sua integração em todos os níveis educativos, desde a educação inicial até todos os momentos acadêmicos formais, à distância e autoensinado. Isso indica que assumir o conhecimento técnico-científico nesta modalidade tem grandes e positivos efeitos, especialmente em favor do objetivo maior que busca promover um maior nível de compreensão e utilização das capacidades humanas para o desenvolvimento das soluções que permitirão prolongar nossa sobrevivência futura.
Artigo de: Serena Cuoghi. Professora graduada em Biologia pela UPEL. Docente especialista em dificuldades de aprendizagem. Experta em PNL e Superaprendizagem. Trabalha em Ciências Biológicas, e é pesquisadora em Biodecodificação.
Referencia autoral (APA): Cuoghi, S.. (Julho 2024). Conceito de Educação STEM. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/educacao-stem/. São Paulo, Brasil.
