O mundo da informática tem uma história relativamente recente, uma vez que deu seus primeiros passos durante a Segunda Guerra Mundial quando os aliados tentaram decifrar os códigos secretos dos nazistas. Naquele contexto histórico, o brilhante matemático inglês Alan Turing se tornou o líder do projeto Enigma. Os resultados obtidos foram determinantes para derrotar o nazismo e, paralelamente, evitar a morte de milhões de pessoas. Em reconhecimento à sua tarefa foi criado o Prêmio Turing, considerado o Prêmio Nobel da Computação.
A entidade que concede este reconhecimento é a ACM, uma sigla que corresponde à Association for Computing Machinery.
A organização foi fundada em 1947 e tem sua sede oficial na cidade de Nova York. Os prêmios concedidos de maneira anual desde 1966 reconheceram os pesquisadores mais destacados em alguma dimensão da computação (inteligência artificial, análise numérica, bancos de dados, linguagens de programação, análise de algoritmos, sistemas operacionais, etc.). Desde 2014, a pessoa premiada recebe um milhão de dólares e o Google é a empresa patrocinadora.
O brilhantismo intelectual de Alan Turing não passou despercebido pelos serviços secretos britânicos, devido a isso recebeu a incumbência de criar uma máquina destinada para conhecer as mensagens criptografadas pelos nazistas. Apesar de suas inegáveis conquistas na área de inteligência artificial e da cibernética foi processado e condenado por homossexualidade após o fim da Segunda Guerra Mundial.
As acusações de perversão sexual não o levaram à cadeia, uma vez que Turing aceitou uma alternativa: submeter-se a um tratamento hormonal destinado à castração química. O processo lhe causou disfunção erétil e importantes alterações físicas. Em 1954, seu corpo apareceu sem vida e as causas da morte nunca foram esclarecidas por completo. Seus amigos pessoais não acreditavam na tese do suicídio, já que o matemático não deixou nenhuma carta de despedida e nem se encontrava especialmente deprimido nos dias anteriores à sua morte.
Existem vários livros sobre sua trajetória de vida e carreira científica, mas um deles é especialmente recomendado: “Alan Turing: o homem que sabia demais”, de David Leavitt.
Diante da pressão mediática exercida pela sétima arte e da conscientização social que se apresentava em relação à figura de Turing, a Rainha Elizabeth da Grã-Bretanha lhe concedeu um pedido de desculpa post-mortem em 2013, um ano antes do lançamento do filme. Muitos cientistas pediam tal reconhecimento há anos, mas evidentemente era necessária uma exposição maior para que a realeza se pronunciasse e estabelecesse um mínimo de justiça e reconhecimento.
Imagem Fotolia: Iaremenko
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (dez., 2018). Conceito de Prêmio Turing. Em https://conceitos.com/premio-turing/. São Paulo, Brasil.