Trata-se de uma desordem do sistema endócrino caracterizada pela lentidão do metabolismo. O mesmo se deve à diminuição na produção de hormônio da tireoide ou por distúrbios em seu uso.
Esta é uma condição mais comum nas mulheres. Muitas vezes, está associada a outros distúrbios do metabolismo, especialmente a síndrome metabólica.
Embora a maioria dos casos ocorra em adultos é possível que este distúrbio esteja presente no momento do nascimento, na verdade, é o transtorno endócrino mais comum em recém- nascidos e que pode estar presente em uma de cada 3.000 crianças que nascem vivas.
O hipotiroidismo se deve principalmente pela carência de um mineral na dieta da mãe: o iodo. Outras causas incluem defeitos na formação do sistema nervoso do bebê e o uso de certos medicamentos na gravidez, como a amiodarona indicada no tratamento de arritmias cardíacas; o metamizol, que é um analgésico conhecido usado para reduzir a febre, bem como na terapia com iodo radioativo.
No caso dos recém-nascidos é difícil fazer o diagnóstico, uma vez que as crianças com hipotireoidismo costumam ser lentas e dormem muito, algo que pode passar despercebido em um recém-nascido. Alguns sintomas como prisão de ventre, dificuldade para alimentar-se, desenvolvimento de hérnia no umbigo, falta de ar e pulso lento devem fazer suspeitar dessa condição.
Quando o hipotireoidismo se mantém ao longo do tempo sem ser tratado adequadamente ocorre uma falha irreversível no desenvolvimento do sistema nervoso, levando ao cretinismo, caracterizado por retardo mental. Por esta razão, costuma-se realizar um exame de sangue rotineiramente nos primeiros 10 dias do nascimento para verificar se a glândula tireoide produz o hormônio da tireoide corretamente. Este exame é feito através da retirada de sangue de uma veia periférica ou fazendo uma pequena punção no calcanhar do bebê.
Caracteriza-se por uma diminuição na produção de hormônio da tireoide ou pelo déficit em seu uso. Isso faz com que a hipófise produza um hormônio chamado TSH que estimula a tireoide a produzir seus hormônios, conhecidos como T3 e T4. Também é possível que a falha na produção de hormônio da tireoide afete a estimulação da tireoide por parte da hipófise, ou então desta última pelo hipotálamo.
Este transtorno leva a uma desaceleração do metabolismo que pode ocorrer inicialmente sem manifestações de importância. À medida que avança ocorrem sintomas como aumento de peso, fadiga, cansaço, sonolência, intolerância ao frio, inchaço nas pernas, constipação, irregularidade menstrual, pele seca, perda de cabelo, dificuldade de concentração. Estes pacientes também apresentam alterações em seus estudos de laboratório, principalmente anemia e elevação dos níveis de colesterol.
No caso dos adultos, a falha na produção de hormônios tireoidianos se deve tanto ao déficit de ingestão de iodo como ao desenvolvimento de anticorpos que produzem uma inflamação da tiroide chamada tireoidite. Este processo provoca a destruição progressiva da tireoide e afetando seu funcionamento.
Muitos países realizam o processo de iodação do sal como estratégia para garantir o fornecimento normal de iodo para a população.
No caso de hipotiroidismo não relacionado à deficiência de iodo é necessário estimular a glândula tireoide com o hormônio levotiroxina, que é fornecido via oral sob a forma de comprimidos que devem ser tomados uma hora antes do café da manhã, conforme a indicação médica.
A dose utilizada é variável e dependerá dos níveis de TSH no sangue. Uma vez iniciado o tratamento é necessário efetuar determinações de TSH pelo menos uma vez por ano para ajustar o tratamento.
Imagem: Fotolia. Double Brain
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (dez., 2017). Conceito de Hipotiroidismo. Em https://conceitos.com/hipotiroidismo/. São Paulo, Brasil.