Na maioria dos contextos sociais, há uma regra não escrita de caráter geral: todas as pessoas devem ser tratadas igualmente e sem quaisquer privilégios. No entanto, na prática, é bastante comum que algumas pessoas gozem de certas vantagens sobre os demais. Quando isso acontece se fala de favoritismo. Como o próprio nome indica, consiste em favorecer uns e, de maneira direta ou indireta, prejudicar os outros.
Um professor tem preferência por um aluno e lhe aplica uma nota por suas provas que é superior a qual realmente merece.
Um funcionário público permite que seu amigo não espere sua vez e seja atendido sem a necessidade de pegar fila.
Uma empresa pública coloca em leilão um serviço para a comunidade e a pessoa responsável pela entidade pública “mexe seus pauzinhos” para favorecer a empresa de um amigo.
Em qualquer de suas formas o favoritismo envolve um comportamento injusto, uma vez que altera o princípio de igualdade. Quando este princípio não é respeitado, comete-se uma injustiça e em alguns casos é considerado um crime. Em qualquer circunstância, o favoritismo é uma forma de corrupção.
O exemplo do professor vem a ser um nível moderado de favoritismo e em alguns casos pode até ter alguma justificativa moral (pode parecer legítimo a um aluno que tem dificuldades de aprendizagem, mas que ao mesmo tempo tenta se superar a cada dia).
O exemplo do funcionário público já é mais grave, uma vez que todos os cidadãos são iguais perante a lei, assim, não é justo que o amigo funcionário obtenha um benefício por sua amizade. Este tipo de favoritismo é uma irregularidade que, na prática, é aceito socialmente como algo normal (para os latinos é um tipo de comportamento muito comum, enquanto que para a mentalidade nórdica se trata de um comportamento inaceitável).
O favoritismo na gestão pública não é mais do que uma questão de “amiguismo”, pois este tipo de conduta é claramente um delito.
O nepotismo é um tratamento preferencial a alguém, geralmente um membro da família ou amigo para facilitar um emprego. Na linguagem popular da Espanha existe um termo equivalente muito expressivo conhecido como “enchufismo”. Assim, o “enchufado” é aquele que consegue um emprego ou uma posição através de um amigo, mas esta palavra tem outro significado na América Latina (por exemplo, na Argentina uma pessoa está “enchufada” quando está preparada para realizar uma atividade com êxito uma).
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (fev., 2017). Conceito de Favoritismo. Em https://conceitos.com/favoritismo/. São Paulo, Brasil.