Assim como a metafilosofia mostra a filosofia da filosofia, de modo paralelo, a metaliteratura reflete sobre a literatura da literatura.
A metaliteratura é esse exercício da reflexão literária que pode aparecer na própria obra literária e trazer luz à mesma. Uma forma de reflexão especialmente presente nos romances. Trata-se de uma descrição multirreferencial.
Existem exemplos específicos que ajudam a visualizar a metaliteratura em uma obra concreta. Por exemplo, o autor pode fazer anotações ao longo do texto para esclarecer algum ponto sobre o processo criativo. A partir deste ponto de vista, através da metaliteratura, a linha que separa a ficção da realidade pode ser muito fina.
Desta forma, o autor da obra se torna um personagem a mais da obra em certos momentos para conectar-se com o leitor e buscar apelo através de uma informação específica. A partir deste recurso estilístico, o autor adquire um papel mais atrativo na história como também alcança maior transparência em sua intenção criativa ao fazer o leitor participar da informação.
A metaliteratura é o gênero que faz a literatura o centro temático do próprio argumento da história. Existem alguns romances que são levados ao cinema e que são um claro exemplo disso. “A menina que roubava livros” descreve a história de uma menina que se refugia na literatura dentro de um ambiente cinza e obscuro para encontrar um pouco de luz em sua vida. Um livro que transmite valores tão importantes como o amor pela literatura.
O filme “As serviçais” também fala do amor pela escrita e a criação de uma obra literária no meio da trama.
Através da metaliteratura é possível refletir de forma mais profunda sobre o argumento de uma obra literária, sua estrutura, a intenção do autor no uso de algumas palavras e para esclarecer a definição dos gêneros literários.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (dez., 2015). Conceito de Metaliteratura. Em https://conceitos.com/metaliteratura/. São Paulo, Brasil.