O termo poiesis vem do grego e literalmente significa produção ou criação. Originariamente este vocábulo foi usado no campo da filosofia e da arte para referir a qualquer tipo de processo criativo. Se adicionarmos o prefixo auto, que equivale a por si só, formamos o conceito autopoiese, que quer dizer a criação de algo por si só.
As perguntas sobre a origem da vida e a evolução dos seres vivos constituem um desafio intelectual para os biólogos. Conhecemos os processos metabólicos que afetam os organismos e estes parecem ter um ciclo vital espontâneo. Esta ideia geral serviu de inspiração a Humberto Maturana e Francisco Varela para propor uma nova ideia: todo organismo vivo pode produzir-se. Em outras palavras, tudo que está vivo é autopoietico.
Isto significa que o fenômeno da vida em nosso planeta pode ser explicado como se fosse um sistema de moléculas que se transforma de maneira cíclica a partir do próprio mecanismo interno do sistema.
Ao observar um organismo vivo qualquer é bem provável que façamos uma pergunta sobre sua origem. Neste sentido, os biólogos abordam sobre a primeira bactéria e como ela foi se tornando mais complexa até o surgimento posterior de diferentes espécies. Pode-dizer que a ideia de autopoiese é um princípio epistemológico, pois trata da teoria do conhecimento sobre a própria vida.
Embora o surgimento da vida na Terra seja um enigma para biólogos e astrobiólogos, a ideia de autopoiese se apresenta como uma possível proposta de solução para o enigma. Assim, de acordo com a tese central defendida por seus criadores, todos os fenômenos vivos são autocriados a partir de seus próprios sistemas internos.
Quando pensamos em uma doença grave, o médico prescreve um tratamento e dá orientações ao paciente para sua cura, mas quem realmente se cura ou não é o paciente. Em outras palavras, ou nos curamos ou morremos. Este simples exemplo nos diz que os humanos são um sistema biológico e seu funcionamento depende do mecanismo autopoietico. A morte ocorre quando o mecanismo da autoprodução deixa de funcionar.
Em primeiro lugar, o ser vivo não tem fim, pois cada entidade biológica depende de sua própria autorregulação.
Por outro lado, se não há uma finalidade na natureza significa que não há força alguma nem Deus para determinar a evolução dos seres vivos.
Por último, as reflexões de Maturana e Varela sobre a biologia e a autopoiese foram expressas num livro publicado em 1972, “De máquinas e seres vivos”.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (mar., 2019). Conceito de Autopoiese. Em https://conceitos.com/autopoiese/. São Paulo, Brasil.
