Vegetarianismo compreende toda pessoa que opta por uma estrutura nutricional baseada em plantas, incluindo frutas (abacaxi, peras, tangerinas, etc.), verduras (abóbora, espinafre, acelga, etc.), oleaginosas (castanha de caju, amêndoas, etc.), cereais (arroz, aveia, trigo, etc.) e sementes (linhaça, girassol, quinoa, amaranto, painço, etc.). Em relação à quantidade, proporção e qualidade, essas escolhas variam amplamente entre indivíduos.
A pessoa vegetariana se abstém de consumir carne de qualquer animal, como boi ou peixe, ao contrário dos carnívoros, que a consomem habitualmente, e dos flexitarianos ou flexivegetarianos, que o fazem ocasionalmente. Vale esclarecer que seres humanos chamados de carnívoros são, mais precisamente, onívoros, pois comem carne, derivados, frutas, verduras, oleaginosas, cereais e sementes.
Por fim, são admitidos derivados animais, como leite, ovos e mel, por isso também são chamados de ovolactovegetarianos. No entanto, podemos diferenciar subgrupos: quem consome apenas ovos (sem leite nem mel) são os ovovegetarianos; quem admite somente o mel (sem ovos nem leite) são os apivegetarianos; e, finalmente, os que consomem exclusivamente leite são os lactovegetarianos (sem mel nem ovos).
Ser vegetariano não é sinônimo estrito de saúde, caso a dieta não seja conduzida com responsabilidade, conhecimento e acompanhamento profissional, além de ser associada a uma rotina de exercícios físicos e cuidados mentais.
Popularmente, discute-se o custo econômico de adotar essa alimentação. Na realidade, qualquer tipo de dieta variada e de boa qualidade nutricional envolve gastos, escolhas e tempo de preparo. Felizmente, há muitas opções vegetarianas no mercado de refeições prontas, já que nos últimos anos a demanda tem aumentado.
Pesquisas recentes indicam que essa dieta pode ser seguida em todas as etapas da vida, desde que de maneira consciente e com acompanhamento profissional, especialmente para bebês e crianças pequenas. Nesse último caso, costuma-se questionar a limitação da dieta dos bebês, sem o consentimento deles, mas, na verdade, os pais sempre fazem escolhas até que os filhos possam expressar sua vontade, seja a favor de uma alimentação vegetariana, flexivegetariana, vegana ou onívora.
As motivações para excluir a carne da dieta podem envolver amor aos animais, ecologia, saúde, preferência por sabor, etc. No primeiro caso, os animais são vistos como uma espécie igual, com os mesmos direitos que os nossos de coexistir no planeta, sem serem explorados em benefício humano ou tratados com violência; esse é o princípio do antiespecismo.
Os veganos, em relação a isso, falam em morte para descrever o consumo de animais e em tortura para a obtenção de derivados, o que leva os produtos veganos a serem chamados de “livres de crueldade” ou “cruelty-free”.
A motivação ecológica, que pode estar associada à anterior, relaciona-se principalmente aos modos de produção da indústria de carne, que confinam os animais e geram grandes quantidades de fezes, emitindo gases tóxicos para o meio ambiente.
Em relação à saúde, há pessoas que adotam o vegetarianismo por recomendação médica (temporária ou permanentemente) e aquelas que optam por alimentos vegetarianos, geralmente orgânicos e não processados. Uma teoria sustenta que humanos são vegetarianos por natureza, pois seus dentes são similares aos de outros herbívoros do reino animal, diferentes, por exemplo, dos afiados caninos dos tigres, usados para capturar suas presas.
Vegetarianos que vivem à base de massas e farinhas industriais, ultraprocessados, alimentos de baixa qualidade, em quantidades extremas ou insuficientes, com dietas inadequadas para suas necessidades nutricionais, são sedentários ou sofrem de estresse, não são saudáveis, embora sejam vegetarianos.
A saúde requer a inclusão de alimentos chamados “reais”: naturais, sem químicos adicionados ou modificações genéticas, com pouco ou nenhum processamento. Exemplos de alimentos reais e sem processamento são: maçãs, peras, bananas, brócolis, nozes, amêndoas, sementes de gergelim, chia, etc.
Além disso, para um maior bem-estar, pode-se optar por frutas e verduras orgânicas. No entanto, para se beneficiar de um estilo de vida saudável, o autocuidado deve englobar todas as suas dimensões, incluindo exercício físico e mental, harmonia nas relações interpessoais e amor-próprio.
Vegetarianos, assim como flexivegetarianos, veganos e muitos onívoros, devem se suplementar com vitamina B12, após a verificação do nível no sangue, geralmente por meio de comprimidos orais.
Na verdade, todas as pessoas deveriam realizar exames periódicos para levar ao médico e/ou nutricionista, que são responsáveis por avaliar a necessidade de ajustes na alimentação, de indicar novos exames ou suplementos, como vitamina D, ferro, etc.
Artigo de: Angela Estevez. Graduada pela Universidade de Buenos Aires.
Referencia autoral (APA): Estevez, A.. (Out. 2024). Conceito de Vegetarianismo. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/vegetarianismo/. São Paulo, Brasil.