Dentro do contexto do judaísmo anterior ao nascimento de Cristo, o Sinédrio foi um tribunal de justiça e ao mesmo tempo um órgão legislativo que aprovava leis. No entanto, sua principal missão consistia na interpretação das leis tomando como referência o livro sagrado dos judeus, a Torá. O termo hebraico Sinédrio significa literalmente sentar-se junto ou conselho.
Esta instituição representava a mais alta autoridade do povo judeu no tempo de Pôncio Pilatos durante a administração de Roma no território da Judéia. As autoridades romanas limitavam o poder deste órgão, de modo que certas condenações deveriam ser respaldadas pelo governador romano.
Seus membros provinham da nobreza sacerdotal e das famílias mais notáveis (os sumos sacerdotes eram saduceus e os letrados eram fariseus em sua grande maioria). Esta instituição foi formada no século V ou IV a. C durante a dominação persa. Deve-se destacar que a nomeação de juízes na tradição hebraica está ordenada no livro do Êxodo. Esta instituição deixou de existir no século IV d. C.
No século I a. C a Judéia esteve governada por Herodes, o Grande, que decidiu matar metade dos membros do Sinédrio, pois seus representantes lhes recordaram os limites do poder do soberano (o monarca romano impôs certos integrantes mais submissos e a partir daí este órgão se enfraqueceu consideravelmente).
Os ensinamentos de Jesus de Nazaré geraram um intenso debate entre os judeus e, por este motivo, foi levado perante o tribunal de Sinédrio para explicar sua doutrina. Os testemunhos que se apresentaram contra Jesus foram contraditórios e por esta razão o sumo sacerdote (Caifás) perguntou a Ele se era realmente o autêntico Cristo, o verdadeiro Messias. Jesus respondeu afirmativamente e tal resposta foi considerada uma blasfêmia.
O encontro de Jesus perante os membros do tribunal supremo dos judeus não foi um julgamento num sentido estrito, mas é considerado um episódio chave para compreender as acusações que finalmente lhe condenaram à crucificação. Neste sentido, foi acusado de profanação do Templo de Jerusalém e de não cumprir a lei judaica. Após um breve período de vacilação inicial, o governador romano na Judéia (Pôncio Pilatos) aceitou que Jesus fosse crucificado.
A palavra Sinédrio também é usada no contexto da política para referir-se a pequenos grupos de poder que se reúnem para tomar decisões relevantes. Na esfera política, o termo hebraico é empregado para mencionar um conselho de especialistas que tem a capacidade de tomar decisões importantes.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jan., 2019). Conceito de Sinédrio. Em https://conceitos.com/sinedrio/. São Paulo, Brasil.