Conceito de Símbolo

Agustina Repetto | Dez. 2023
Licenciada em Psicologia

Em linguística, um símbolo é definido como um sinal que representa algo além de si mesmo. Por exemplo, as letras do alfabeto são símbolos que representam sons, que por sua vez se combinam para formar palavras que representam conceitos. Esta noção de que os símbolos são representações abstratas da realidade é fundamental na compreensão da linguagem humana e, portanto, na psicologia, onde constituem elementos fundamentais e desempenham um papel crucial na forma como percebemos e compreendemos o mundo que nos rodeia.

A linguagem é um exemplo claro de símbolos artificiais. As palavras, frases e sentenças que usamos todos os dias são convenções sociais que representam ideias, objetos concretos, emoções e conceitos abstratos. A linguagem permite-nos comunicar e partilhar significados, tornando-a uma das manifestações mais poderosas da função simbólica na psicologia humana.

Símbolos artificiais e naturais

Agora, é importante destacar a diferença entre símbolos artificiais, como a linguagem, e símbolos naturais. Os símbolos artificiais são criados pelo homem e dependem de acordos culturais e sociais. Por outro lado, os símbolos naturais são inerentes à natureza e podem ser universais ou partilhados por diferentes culturas de forma independente.

Um exemplo de símbolo natural poderia ser o fumo, embora seja essencial ter em mente que a sua qualidade simbólica pode variar dependendo do contexto cultural e das experiências pessoais das pessoas. Algumas razões pelas quais a fumaça pode ser considerada um símbolo natural são as seguintes:

– Associação com fogo: Na maioria das culturas, a fumaça está intimamente relacionada ao fogo, uma vez que a fumaça é produzida quando a matéria queima.

– Sinal de perigo: Num sentido mais pragmático, a fumaça também pode ser considerada um símbolo natural de perigo. A presença de fumo, especialmente em situações como incêndios florestais ou estruturais, muitas vezes indica um risco iminente e pode ser um sinal de alerta para as pessoas.

Desenvolvimento da Função Simbólica na psique humana

Jean Piaget, um influente psicólogo do desenvolvimento, explorou em profundidade como as crianças desenvolvem a função simbólica. Segundo Piaget, as crianças passam por diversas etapas do seu desenvolvimento cognitivo, sendo a função simbólica uma das mais importantes. Durante a fase pré-operacional (de 2 a 7 anos), as crianças começam a usar símbolos, como imagens e palavras, para representar objetos e conceitos em suas mentes. Isso marca o início da capacidade de abstração e pensamento simbólico.

A brincadeira simbólica é essencial para o desenvolvimento infantil. As crianças desempenham papéis, situações e cenários com objetos e personagens fictícios, o que as ajuda a explorar e compreender o mundo que as rodeia. Por exemplo, quando uma criança brinca de médico, ela está usando a função simbólica para desempenhar um papel e compreender o conceito da profissão médica.

Por outro lado, Sigmund Freud, o pai da psicanálise, também fez importantes contribuições para a compreensão dos símbolos na psicologia. Freud observou que os sonhos são uma expressão profunda da função simbólica na mente humana. Em sua teoria dos sonhos, ele afirmou que os sonhos são manifestações de desejos reprimidos e que os elementos oníricos, como objetos e situações, atuam como símbolos que representam pensamentos e emoções inconscientes.

Exemplos da função simbólica na vida cotidiana

Para entender melhor como funcionam os símbolos, vejamos alguns exemplos concretos:

– O semáforo: é um símbolo amplamente reconhecido na sociedade. As cores vermelho, amarelo e verde representam a necessidade de parar, ter cuidado e seguir em frente, respectivamente. Este símbolo artificial é vital para a segurança rodoviária e demonstra como os símbolos influenciam o nosso comportamento.

– Emojis: Na era digital, os emojis são exemplos de símbolos artificiais que comunicam emoções e estados de espírito em mensagens de texto e redes sociais. Um emoji de coração vermelho, por exemplo, é um símbolo de amor ou carinho.

Os símbolos desempenham um papel fundamental na psicologia, permitindo-nos comunicar, representar conceitos abstratos e compreender o mundo que nos rodeia. Tanto os símbolos artificiais, como a linguagem, quanto os símbolos naturais, são intrínsecos à forma como percebemos a realidade. O desenvolvimento da função simbólica na psique humana, conforme descrito por Piaget e Freud, é prova do profundo impacto dos símbolos na nossa cognição e experiência. Em última análise, os símbolos são uma manifestação da complexidade da mente humana.

Artigo de: Agustina Repetto. Graduada em Psicologia, pela Universidade Nacional de Mar del Plata. Atualmente é pós-graduanda em Sexualidade Humana: sexologia clínica e educacional a partir da Perspectiva de Gênero e Direitos Humanos.

Referencia autoral (APA): Repetto, A.. (Dez. 2023). Conceito de Símbolo. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/simbolo/. São Paulo, Brasil.

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