O planejamento é a configuração de um processo baseado em conhecimentos e/ou experiências para a abordagem e realização de objetivos específicos. Existem quatro grandes etapas no processo de planejamento, nas quais é possível avançar e retroceder para permitir um replanejamento da situação. Na fase explicativa, identificam-se, escolhem-se e explicam-se as causas dos problemas, ou seja, faz-se um diagnóstico. Na fase prescritiva ou normativa, traça-se um plano conforme as expectativas de como a realidade estudada deveria ser — diferente de como é atualmente. Na etapa estratégica, investiga-se e constrói-se a viabilidade das ações. Finalmente, na etapa tático-operacional, ocorre a intervenção, com abertura para as correções necessárias.
Nem todos possuem a habilidade de fazer planos para o futuro e de organizar os passos necessários para alcançar uma ou várias metas específicas. O planejamento é uma habilidade humana — os animais não conseguem fazê-lo — que requer motivação, constância e um objetivo concreto.
Por exemplo: “A família Gutiérrez levou seis meses árduos para planejar uma viagem pela Europa para quatro pessoas, com hotéis, traslados, visitas a museus e refeições. No caso deles, era importante minimizar os custos e aproveitar ao máximo o tempo disponível para essas férias.”
No ambiente de trabalho, essa habilidade é valorizada e considerada na seleção de pessoal, assim como o relacionamento com colegas de trabalho, respeito pela autoridade e a formação/capacitação profissional do candidato.
Planejar implica antecipar-se; pensar em prazos; somar pequenos esforços; manter uma certa flexibilidade para adaptar-se a mudanças inesperadas; avaliar a viabilidade, considerando recursos econômicos, simbólicos e humanos — seja em um plano empresarial, institucional ou organizacional; e considerar o contexto. Em alguns casos, também é necessário buscar informações ou investigar o estado da arte sobre uma temática, no caso de planejamento dentro de uma pesquisa.
Alguns indivíduos vivem de acordo com planos rígidos, horários, agendas e calendários; outros agem de maneira mais desorganizada e espontânea, seguindo impulsos e intuições.
Em ambos os casos, isso traz benefícios e dificuldades, dependendo da personalidade de cada um, por exemplo: “Tamara organiza as tarefas da casa e do trabalho em uma pequena agenda que leva sempre em sua bolsa”; “Martín vai para onde o vento o leva; ele diz que cobre os olhos, aponta para um lugar no globo terrestre e se propõe a viajar para lá como próximo destino”.
É importante para constituir a família que desejamos, considerando a quantidade de filhos que pretendemos ter. Caso não esteja nos planos tê-los — seja nunca ou no momento atual —, isso também é fundamental.
Para que esse processo seja possível, levam-se em conta métodos anticoncepcionais como ferramenta essencial contra gestações indesejadas.
No caso de querer ampliar a família, alguns aspectos a considerar são a concepção biológica e/ou a adoção, a estabilidade do casal, o tempo familiar disponível para a chegada de um filho, recursos econômicos, espaço no lar, entre outros.
Os professores planejam previamente ao encontro com os alunos, pensando em como farão a transposição didática dos conteúdos, para que sejam acessíveis, claros e úteis, promovendo o raciocínio, o trabalho em equipe e a aquisição de ferramentas de estudo.
O professor estabelece um percurso pela matéria, elaborado para cada aula, período e ano, com base em metas concretas. Contudo, para ser eficaz, ele deve ser capaz de fazer ajustes no plano, de acordo com as características e interesses dos alunos e, também, no “aqui e agora” com eles, se surgirem questões inesperadas que possam ser muito frutíferas, como perguntas perspicazes direcionadas ao educador.
No contexto do funcionamento e da organização do estado, devem-se considerar os recursos existentes para implementação. Também é necessário fazer um diagnóstico prévio da situação e avaliações durante e após a execução das medidas. Isso permite verificar se foram eficazes, elaborar estatísticas e realizar comparações temporais dentro de um mesmo local ou territoriais com outros lugares.
De modo geral, podemos diferenciar dois tipos de planejamento, expressos em planos, programas e projetos. O planejamento normativo ou tradicional é rígido, estático, desconsidera as qualidades dos destinatários e o dinamismo da realidade.
Por outro lado, o planejamento estratégico ou situacional é flexível, contextualizado e adequado à comunidade, que participa ativamente em seu design, junto aos profissionais, expressando suas necessidades e demandas.
Artigo de: Angela Estevez. Graduada pela Universidade de Buenos Aires.
Referencia autoral (APA): Estevez, A.. (Out. 2024). Conceito de Planejamento. Editora Conceitos. Em https://conceitos.com/planejamento/. São Paulo, Brasil.