Se consultarmos um dicionário, vamos observar que a palavra odalisca apresenta várias definições. Pode ser definida como uma escrava sexual, como um membro do harém, uma concubina turca a serviço do sultão ou como dançarina da corte de um palácio do Império Otomano. Todas estas definições são certas e complementares.
No antigo Império Otomano o sultão era o líder supremo. Em seu palácio havia uma dependência exclusiva para homens (o selamlik) e outra só para mulheres (o harenlik ou harém). O harém era um mundo de mulheres e nele havia uma estrutura organizacional baseada na obediência. A mãe do sultão era a responsável pelo harém e a partir de sua figura havia certo nível hierárquico. Em primeiro lugar estava a esposa do sultão ou kadin e, em seguida, vinham outras esposas de classificação mais baixa familiarizadas com a palavra ikbal. Num degrau mais abaixo estavam odaliscas, que eram concubinas de uma categoria inferior no harém.
De qualquer forma, a odalisca atuava como servente do harém a serviço das esposas do sultão, mas que poderia subir de categoria e tornar-se uma de suas esposas.
Além do seu papel de empregada doméstica, a odalisca tinha outras tarefas como divertir a vida social do harém através de suas danças e cantorias. E ainda se fossem realmente bonitas poderiam satisfazer sexualmente o sultão.
Quando no século XIX o Ocidente despertou o interesse pelo mundo oriental, alguns escritores e pintores foram atraídos pelo estilo de vida dos haréns. As odaliscas eram vistas como musas inspiradoras e com clara conotação erótica. Neste sentido, as odaliscas nos fazem lembrar outras figuras femininas: as cortesãs da Grécia Antiga, das monarquias europeias ou as gueixas da cultura japonesa.
As concubinas, cortesãs, gueixas e odaliscas podem ser avaliadas de duas formas: como mulheres envolvidas na prostituição ou, mais precisamente, como mulheres que fazem parte de uma cultura na qual os homens têm um papel dominante.
As odaliscas de hoje em dia, cujo termo vem do francês odalisque e por sua vez do turco odalik, se tornaram personagens atraentes dos romances históricos e por onde o ambiente exótico dos haréns é recriado.
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Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (nov., 2016). Conceito de Odalisca. Em https://conceitos.com/odalisca/. São Paulo, Brasil.