As grandes operadoras não a suportam, enquanto que os grandes provedores de serviços online a amam, assim, a neutralidade da rede consiste em não discriminar o tráfego de pacotes IP de acordo com sua origem e o serviço da qual pertencem.
O protocolo TCP / IP divide a informação correspondente aos diversos programas e serviços que se comunicam através da Internet em pequenos pacotes, dos quais incluem certos parâmetros de identificação, tanto de seu destino como do serviço que correspondem.
É por isso que, ao inspecionar o interior de cada pacote, é possível estabelecer controles para filtrar segundo o tráfego.
Por que as operadoras podem estar interessadas em fazer isso? Pois bem, por dois motivos:
O primeiro é reservar uma banda larga para seus próprios serviços e aos que mais lhe interessam, enquanto o segundo consiste em reduzir a banda larga para serviços que não a beneficiem.
Por exemplo, os serviços de áudio e videoconferência não são muito interessantes para as operadoras, uma vez que retiram a receita procedente das chamadas de longa distância e internacionais, por isso estão muito interessadas em limitar a banda larga que utilizam para que a qualidade caia e os usuários optem por chamadas de voz tradicionais.
Paralelamente, as operadoras responsáveis pelo encaminhamento do tráfego de rede se queixam que os provedores de serviços (como os de videoconferência, streaming, entre outros) lucram sem gastar um centavo na manutenção da infraestrutura que lhes permite oferecer seus serviços e que correspondem às mencionadas operadoras.
Esta briga persiste, sobretudo, desde o surgimento da Netflix e de outros serviços de vídeo e filmes sobdemanda. Quanto maior a qualidade do vídeo retransmitido em streaming, maior a quantidade de dados que ocupa; isso faz com que as redes sofram cada vez mais e levem as operadoras a atualizar seus sistemas conforme o crescimento da demanda, o que por sua vez estabelece um gasto importante em novas soluções.
O mesmo problema se apresenta na conectividade móvel – e não apenas na fixa – mas também na doméstica e na profissional.
A neutralidade da rede tem permitido garantir desde o princípio a “seleção natural” dos serviços online, ou seja, que o melhor e mais aceito prevaleça sobre os demais.
Desta forma, qualquer nova iniciativa de serviço que consuma uma grande quantidade de dados de transferência tem as mesmas oportunidades de triunfar como qualquer outra.
Os defensores deste conceito também argumentam que garante a liberdade de escolha dos serviços online, independentemente do provedor da conexão que possui.
Por parte das operadoras e de seus defensores e além do argumento anteriormente utilizado sobre o custo das infraestruturas faz com que sua atualização continue, e o fato de não ver um centavo por parte dos prestadores de serviços que lucram com isso, também carrega o protesto de que não podem priorizar o tráfego de seus próprios serviços ou de terceiros com os quais mantêm acordos, e que dão sentido de exclusividade aos seus clientes.
O caso mais comum é o das operadoras que oferecem Netflix e de outros serviços de streaming exclusivos em determinados países que querem assegurar uma banda larga mínima bastante ampla para tais serviços, com o objetivo de garantir a qualidade de visualização dos conteúdos.
Ao mesmo tempo, as operadoras que não oferecem determinados serviços de vídeo não querem consumir uma grande quantidade de banda larga, uma vez não verão um centavo do que estas empresas ganham.
Em alguns países, a neutralidade da rede é garantida por lei, como acontece nos Países Baixos. Da mesma forma, o Parlamento Europeu votou a favor da neutralidade da rede, sendo que o tema é polêmico nas discussões políticas dos Estados Unidos.
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jun., 2019). Conceito de Neutralidade da Rede. Em https://conceitos.com/neutralidade-da-rede/. São Paulo, Brasil.