Durante os séculos XVII, XVIII e XIX, na África Ocidental, milhares de africanos foram submetidos como escravos e enviados a vários territórios coloniais da América, especialmente Cuba, República Dominicana, Haiti, Colômbia e Brasil. Um grande número de escravos pertencia ao grupo étnico Ioruba.
Suas crenças religiosas não eram aceitas pelas autoridades que governavam os territórios coloniais, de modo que os iorubás adotaram uma estratégia para manter seus rituais: disfarçar suas cerimônias de adoração os santos católicos. Daí surgiu mais precisamente o conceito santeria.
Assim, nos panteões iorubás, rezava-se a São Pedro ou Santa Barbara, quando na verdade o que se fazia era idolatrar as divindades iorubás. Em outras palavras, os brancos acreditavam que desta forma convertiam os escravos negros ao catolicismo, porém não imaginavam que eles continuavam com seus ritos e crenças.
O elemento genuíno desta religião é o sincretismo, uma vez que o animismo de origem africano combina com a tradição católica.
Como todas as religiões, a santeria ioruba é uma maneira de compreender o mundo e os seres humanos. Assim, adoravam as divindades que simbolizam a natureza e o homem é entendido em uma tripla dimensão (corpo, mente e mente interior).
Na santeria iorubá há uma hierarquia sacerdotal. Os sacerdotes supremos são os babalawos e abaixo deles estão os santeros consagrados e os aleyos ou crentes que ainda não se consagraram. Entre as atividades dos santeros, duas se destacam: a limpeza espiritual dos lares e a eliminação da contaminação espiritual dos crentes.
A partir do nascimento de praticantes da religião iorubá recebem sua magara, uma força interior que os prepara para conectar-se com os deuses e a natureza.
Eles acreditam em uma divindade superior. Ao mesmo tempo, Odudua simboliza a mãe- terra e a fertilidade, Olokun é o deus do mar, Ogun é o deus da guerra e Oke é o deus das montanhas. Cada um desses deuses corresponde a um santo católico, entre os quais São Lázaro, São Cristovão, Santa Barbara e São Norberto (por exemplo, para os iorubás Xangô é reverenciado pela figura de Santa Barbara e Babalu-aye corresponde a São Lázaro).
Tanto a dança como a música são aspectos essenciais desta religião. Através da dança os iorubás se aproximam espiritualmente dos deuses que idolatram.
Imagem: Fotolia. Erica Guilane-Nachez
Referencia autoral (APA): Editora Conceitos.com (jul., 2017). Conceito de Iorubá. Em https://conceitos.com/ioruba/. São Paulo, Brasil.